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24/03/2011

Estudo analisa fatores associados à inatividade física no lazer em trabalhadores do Rio Grande do Sul

Renata Moehlecke


Identificar as principais barreiras associadas à inatividade física no lazer em trabalhadores industriários: esse foi o objetivo de estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas e que consultou 2.265 moradores do Rio Grande do Sul. Os resultados, publicados na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, indicaram valores elevados para prevalência de inatividade física no lazer (45,4%) e as barreiras mais relatadas foram cansaço (15,1%), excesso de trabalho (12,7%) e obrigações familiares (92,%).


 Os dados também apontaram que quanto menor a escolaridade, maior a prevalência de cansaço

Os dados também apontaram que quanto menor a escolaridade, maior a prevalência de cansaço


Segundo os pesquisadores, 88,1% dos trabalhadores afirmaram ter raramente a sensação de estresse na vida e mais de 75% relataram sentir-se bem com o trabalho. No que se refere ao estado civil, indivíduos casados relataram como principais barreiras as obrigações familiares e a falta de vontade; já a obrigação com os estudos foi mais frequente entre os solteiros. “Com relação à barreira obrigações de estudo, constatou-se que ela pode estar relacionada à falta de tempo, visto que o maior extrato da amostra foi composto por trabalhadores com idade inferior ou igual a 30 anos, que possivelmente dedicam o seu tempo ao trabalho e aos estudos”, explicam os pesquisadores.


Os dados também apontaram que quanto menor a escolaridade, maior a prevalência de cansaço. Além disso, quanto mais satisfeitos os trabalhadores em seu trabalho, menor o relato das barreiras "cansaço", "excesso de trabalho" e "falta de dinheiro". “Uma possível hipótese é que indivíduos que desenvolvem atividades ocupacionais mais intensas, como as que exigem levantamento de peso, posição viciosa, deslocamento constante, entre outras, podem estar sujeitos à fadiga e, em alguns casos, à dor muscular, o que pode levar, consequentemente, à desmotivação para a realização de atividades físicas no seu tempo livre”, comentam os pesquisadores.


Eles ainda avaliaram a influência de alguns hábitos sobre os obstáculos a prática de atividades físicas. A variável "fumo" mostrou-se associada às barreiras "falta de vontade" e "obrigações de estudo". Já a variável "consumo de bebidas alcóolicas" esteve ligada à barreira "falta de dinheiro" de forma direta e à "obrigações familiares" de forma inversa. A variável "nível de estresse" apresentou-se associada à barreira "excesso de trabalho".


“Ações educativas sobre a importância da prática regular de atividades físicas, bem como a criação e melhoria de espaços a essas práticas, são pontos cruciais a serem focados por políticas públicas voltadas à saúde e à qualidade de vida”, destacam os pesquisadores. “No que se refere às empresas, disponibilidade de locais destinados ao lazer e deslocamento ativo, bem como a melhoria da distribuição da carga de trabalho diária podem melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e aumento da produtividade”.


Publicado em 24/3/2011.

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