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05/04/2011

Estudo aponta alta mortalidade por doenças cerebrovasculares no Paraná

Renata Moehlecke


Em estudo publicado na última edição da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores da Universidade de São Paulo e da Universidade Estadual de Maringá analisaram a mortalidade por doenças cerebrovasculares no estado do Paraná segundo dados demográficos, local de residência e de ocorrência do óbito. Para pesquisa, foram utilizados dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde referentes ao ano de 2007. Os resultados apontaram que, das mais de 6 mil mortes registradas, 95,3% foram em pessoas maiores de 45 anos e 76,9% em maiores de 65 anos de idade. Além disso, houve associação entre morte em residência, idade acima de 65 anos, escolaridade menor que três anos e morar em municípios que não possuem sede regional de saúde.


 Os resultados apontaram que, das mais de 6 mil mortes registradas, 95,3% foram em pessoas maiores de 45 anos e 76,9% em maiores de 65 anos de idade.

Os resultados apontaram que, das mais de 6 mil mortes registradas, 95,3% foram em pessoas maiores de 45 anos e 76,9% em maiores de 65 anos de idade.


“À medida que a população envelhece aumenta a utilização de serviços, principalmente as internações de média e alta complexidade, e a análise do perfil de mortalidade por causas pode acrescentar conhecimentos sobre variáveis regionais na situação de saúde”, comentam os pesquisadores. “Apesar de o estado do Paraná apresentar, em geral, indicadores socioeconômicos e de saúde melhores que a média do Brasil, ainda não existem estudos sobre a mortalidade por causas segundo residência e local de ocorrência do óbito que podem indicar desigualdades no acesso de serviços de saúde”.



Segundo os pesquisadores, a baixa escolaridade chamou atenção: 68,2% tinham até três anos de estudo, elevando-se para 90,9% se somados os 22,7% que tinham de quatro a sete anos de estudo. “As condições socioeconômicas precárias podem contribuir para a desvantagem às informações de saúde, para aquisição de alimentos saudáveis, menor disponibilidade de locais adequados para a prática de atividade física e para o acesso e/ou consumo de tecnologias de assistência à saúde”, explicam os estudiosos. “Por outro lado, o alto percentual de baixa escolaridade podem também refletir o que ocorre na população idosa, composta em geral por pessoas pertencentes a uma geração que quando crianças e adultos não tinha acesso à escola, provavelmente vivendo em área rural do estado do Paraná ou em outros estados”.



Além disso, a pesquisa ainda indica que o estudo da mortalidade por doenças cerebrovasculares segundo local de óbito levanta questões com relação ao socorro imediato, já que, em geral, acidentes cerebrovasculares são eventos súbitos que necessitam de socorro imediato. “Existe a necessidade de esclarecimentos à comunidade e treinamentos às equipes de saúde pré-hospitalares e em prontos-socorros, para o reconhecimento correto e precoce dos sinais e sintomas de um AVC possibilitando tratamento rápido e eficaz”, afirmam os pesquisadores. “Os fluxos de utilização dos serviços devem ser compreendidos, a fim de melhorar a oferta e distribuição de hospitais e serviços de atendimento em saúde para acolher a população de forma regionalizada”.


Publicado em 5/4/2011.

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