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31/10/2011

Estudo avalia acesso ao diagnóstico do câncer infantil no Brasil

Renata Moehlecke


Apesar de ser raro e curável se o tratamento for iniciado nos estágios iniciais, o câncer em crianças e adolescentes ainda representa a principal causa de óbito por doença. Com o objetivo de ajudar a encontrar formas de otimizar o diagnóstico precoce da doença, pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) avaliaram o acesso aos serviços de saúde de pacientes, menores de 18 anos de idade, com câncer no Brasil, no período de 2000 a 2007, a partir do mapeamento de óbitos e modalidades de tratamento do Sistema Único de Saúde (SUS).  Os resultados do estudo foram publicados na última edição da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz.


 Segundo os pesquisadores, os mapas regionais das taxas de mortalidade por câncer e indicadores de assistência – internações, quimioterapias e radioterapias – mostraram desigualdade no acesso pelo pequeno volume de tratamentos para residentes nas regiões carentes do país.

Segundo os pesquisadores, os mapas regionais das taxas de mortalidade por câncer e indicadores de assistência – internações, quimioterapias e radioterapias – mostraram desigualdade no acesso pelo pequeno volume de tratamentos para residentes nas regiões carentes do país.





Segundo os pesquisadores, os mapas regionais das taxas de mortalidade por câncer e indicadores de assistência – internações, quimioterapias e radioterapias – mostraram desigualdade no acesso pelo pequeno volume de tratamentos para residentes nas regiões carentes do país. “Mesmo com a usual concentração de serviços especializados onde é maior a população, o acesso começa com a suspeita clínica na assistência básica seguido pelo encaminhamento para níveis mais complexos onde se estabelece o diagnóstico e se inicia o tratamento”, explicam os estudiosos.



A pesquisa indicou que, nos oito anos verificados, houve mais de 15 mil hospitalizações devido à necessidade de cirurgias por causa da doença, além de mais de 29 mil procedimentos de radioterapia e 465 mil de quimioterapia. “Na década de 1960, a habilidade de diagnosticar e tratar o câncer infantil era rudimentar e a sobrevivência era menor do que 10%. Hoje, mais de 70% das crianças diagnosticadas com câncer sobrevivem e a maioria é considerada curada, graças aos avanços adequados no diagnostico e tratamento da doença em estágios iniciais”, comentam os pesquisadores no artigo. “Na verdade, câncer é uma doença altamente curável quando o diagnostico é realizado cedo. Mas o diagnóstico precoce é o maior desafio, já que os sinais iniciais de diversos tipos de câncer nessa idade são similares aos das doenças mais comuns”.



No entanto, os estudiosos apontam que algumas medidas poderiam auxiliar o diagnóstico precoce da enfermidade. “Primeiro, profissionais de saúde primários (pediatras) precisam ser treinados para suspeitar a doença. Segundo, as diretrizes do SUS devem ser seguidas, uma lógica que inclui um plano integrado, formação de redes que fornecem acesso para os diversos níveis de complexidade, incluindo os mais altos, como no caso dos cuidados com o câncer”, destacam os pesquisadores. “Com uma definição de fluxos, o acesso pelos pacientes dos mais diversos cantos do Brasil ao tratamento pode ser mais rápido e, consequentemente, com maiores as chances de cura”.



Publicada em 31/10/2011.

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