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10/02/2011

Estudo avalia postura de profissionais de saúde no acolhimento a crianças

Renata Moehlecke


"A percepção dos usuários sobre a postura dos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF) é de fundamental importância, uma vez que constitui uma oportunidade de se verificar, na prática, a resposta da comunidade à oferta do serviço de saúde, como também adequar o serviço às expectativas da população", afirmam pesquisadores das universidades federais dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e de Minas Gerais em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz. Eles conduziram uma pesquisa para verificar se a postura profissional de equipes da saúde da família na sua forma de receber, escutar e se aproximar de quem é cuidado é eficaz, a partir da visão de responsáveis por crianças.


 O serviço de referência para o atendimento à criança foi a unidade de saúde da família em 77,6% dos casos (Foto: Simone Prati Venâncio/Prefeitura de Três Lagoas)

O serviço de referência para o atendimento à criança foi a unidade de saúde da família em 77,6% dos casos (Foto: Simone Prati Venâncio/Prefeitura de Três Lagoas)


Para o estudo, os pesquisadores selecionaram responsáveis por 384 crianças, de zero a seis anos, da cidade de Diamantina, em Minas Gerais, que marcaram consultas, entre e maio e junho de 2009, em dois hospitais da localidade. Os resultados apontaram que 77,2% dos entrevistados conseguem conversar com o profissional sempre que precisam e 73,8% relataram se sentir à vontade para falar com o mesmo. "A partir desses resultados pode-se inferir que o acolhimento ou postura nestes serviços tem permitido uma interação usuário-profissional satisfatória, imprescindível para um atendimento à saúde com qualidade", comentam os estudiosos.


A pesquisa também indicou que 74,2% dos consultados consideram que o profissional entende o que eles dizem e perguntam e 79,2% respondem de forma que o cuidador da criança entende. Na maior parte dos casos, as mães (87,5%) foram apontadas como as mais indicadas para relatar o atendimento à saúde da criança, seguida da avó (7,6%). "Entende-se como postura acolhedora a forma de relação entre o serviço e usuário com escuta qualificada para desvelar as necessidades dos que buscam a unidade da saúde da família para produção do cuidado, da autonomia no modo de viver e da queixa biológica que os levaram a procurar o serviço de saúde, de ser alguém singular", explicam os pesquisadores.


Eles também acrescentam que o serviço de referência para o atendimento à criança foi a unidade de saúde da família em 77,6% dos casos, sendo as razões para isso, em 61% das vezes, o fato de ser um local definido, em 25% das vezes a enfermaria e em 12,5% das vezes o médico. "Destaca-se aqui a inserção da postura acolhedora dos demais profissionais da equipe, que pode ter contribuído para a busca do atendimento à saúde nestes serviços, independentemente de quem fosse atender a criança", afirmam os estudiosos.


Publicado em 9/2/2011.

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