Início do conteúdo

10/11/2009

Estudo compara perfil sociodemográfico e motivação de médicos do PSF

Paulo Monte


Uma das grandes preocupações do Sistema Único de Saúde (SUS), a qualidade dos serviços prestados à população está muito ligada à motivação dos profissionais de saúde. Identificar as possíveis associações entre o perfil sociodemográfico e a motivação para o trabalho dos médicos do Programa Saúde da Família (PSF), na Região Metropolitana do Recife (RMR), foi o objetivo de uma pesquisa desenvolvida por Flávio da Guarda, membro do Observatório de Recursos Humanos em Saúde do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães (CPqAM/Fiocruz Pernambuco).


 Profissionais do PSF fazem uma visita domiciliar na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro (Foto: Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz) 

 Profissionais do PSF fazem uma visita domiciliar na comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro (Foto: Peter Ilicciev/CCS/Fiocruz) 


A pesquisa traçou o perfil de 76 médicos em dez municípios da RMR. A investigação revelou que, dentro das equipes do PSF, a motivação não está relacionada diretamente às características do indivíduo, mas é influenciada indiretamente por outros componentes do trabalho, como a resposabilidade e o envolvimento com o serviço.


Flávio da Guarda conta que os fatores sociodemográficos interferiram muito pouco na motivação dos médicos do PSF. A motivação, neste caso, está mais ligada a questões internas do trabalho do que a traços específicos do profissional. “Alguns componentes da motivação, como expectativas profissionais e reconhecimento pessoal, são influenciados por características como renda e escolaridade, mas a motivação em si sofre uma influência indireta neste caso”, comentou.


Segundo o pesquisador, uma das surpresas do estudo foi constatar que poucas variáveis sociodemográficas interferem na motivação. Um aspecto interessante, de acordo com o pesquisador, é que a idade e o nível de qualificação dos médicos estão bem acima da média nacional. “Cerca de 86% dos profissionais possuem cursos de pós-graduação e 76% têm mais de 40 anos de idade”, diz. A pesquisa mostrou também que 47% dos profissionais são mulheres e que a remuneração média é de 12 salários mínimos.


Na coleta dos dados foi utilizado o Inventário da Motivação e do Significado do Trabalho (IMST), desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O trabalho foi orientado por Ricardo Tavares, pesquisador do Departamento de Saúde Coletiva da Fiocruz Pernambuco. Dois artigos estão em vias de publicação. O primeiro deverá ser descritivo do perfil sócio-demográfico dos profissionais de saúde, enquanto o segundo apresentará uma associação entre o perfil e a motivação dos médicos da RMR.


Publicado em 9/11/2009.

Voltar ao topo Voltar