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13/04/2011

Estudo indica alta prevalência de hiperuricemia em nipo-brasileiros

Renata Moehlecke


Em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo estimaram a prevalência de hiperuricemia (níveis altos de ácido úrico no sangue) e fatores associados em nipo-brasileiros (japoneses e descendentes imigrantes) moradores do município de Bauru, no estado de São Paulo. A pesquisa, que avaliou mais de 1300 indivíduos maiores de 30 anos, apontou que um alto percentual da população estudada (35%) apresentou a doença. A hiperuricemia acometeu, principalmente, tabagistas, homens com faixa etária maior do que 55 anos, pessoas comorbidades, que usam remédios hiperuricemiantes, consumidores de maior quantidade de álcool e menor de laticínios. 


 A pesquisa, que avaliou mais de 1300 indivíduos maiores de 30 anos, apontou que um alto percentual da população estudada (35%) apresentou a hiperuricemia (níveis altos de ácido úrico no sangue)

A pesquisa, que avaliou mais de 1300 indivíduos maiores de 30 anos, apontou que um alto percentual da população estudada (35%) apresentou a hiperuricemia (níveis altos de ácido úrico no sangue)





Segundo os pesquisadores, a população foi escolhida para a análise devido ao grande histórico de doenças crônicas reveladas por outros estudos, como a alta prevalência de excesso de peso, obesidade, hipertensão arterial, diabetes e síndrome metabólica. Os resultados indicaram que apenas 4% dos avaliados tinham um diagnóstico prévio de hiperuricemia. “Dentre os indivíduos com sobrepeso e obesidade, as taxas da doença foram, respectivamente, 2,25 e 3,25 vezes maiores do que as mostradas por aqueles com peso normal”, destacam os estudiosos.



Além disso, entre os homens, o menor consumo de gorduras saturadas associou-se à doença e entre hipertensos ocorreu associação negativa com o consumo de laticínios. De acordo com os pesquisadores, as proteínas presentes no leite aparentemente têm um papel importante no ato de expelir o ácido úrico do organismo em indivíduos saudáveis. Uma dieta pobre em laticínios poderia, dessa forma, elevar os índices da substância no corpo. 



“A alta prevalência de hiperuricemia indica que mudanças no perfil nutricional e controle de comorbidades associadas podem contribuir para minimizar a ocorrência dessa anormalidade”, comentam os pesquisadores. “Os achados sugerem a necessidade (na clínica prática e na saúde pública) de monitorar os efeitos de medicações que podem afetar o metabolismo do ácido úrico, o encorajamento do consumo de três porções de leite ou produtos derivados e a promoção de mudanças no perfil nutricional, como a redução de peso, gordura corporal, triglicerídeo, ações que contribuem para diminuir as taxas de hiperuricemia”. 


Publicado em 13/4/2011.

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