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07/11/2007

Estudo revela que as adolescentes têm pouco conhecimento sobre as DST

Igor Cruz


Publicada na edição de outubro da revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz, uma pesquisa avaliou o nível de conhecimento das adolescentes sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST), formas de contágio, uso do preservativo e cuidados com a saúde. Conduzido por pesquisadoras da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), o estudo revelou que as 90 jovens entrevistadas, atendidas pelo Programa Saúde da Família de Ribeirão Preto, tinham baixo conhecimento sobre o assunto e percepção equivocada sobre o risco pessoal de adquirir essas doenças.


 As entrevistadas tinham, em média, 16 anos e 60% delas já iniciaram a vida sexual (Foto: Peter Ilicciev)

As entrevistadas tinham, em média, 16 anos e 60% delas já iniciaram a vida sexual (Foto: Peter Ilicciev)


As adolescentes pertenciam às categorias socioeconômicas C e D e, em sua maioria, haviam completado o Ensino Fundamental ou iniciado o Ensino Médio. Os resultados das entrevistas mostraram que as jovens conheciam, em média, de cinco a seis doenças que podem ser transmitidas pelo contato sexual, sendo a Aids citada por todas as participantes. No entanto, observou-se que muitas ainda desconheciam doenças como sífilis, herpes genital, gonorréia e HPV.


As entrevistadas tinham, em média, 16 anos e 60% delas relataram já ter iniciado sua vida sexual. A grande maioria destas indicou o preservativo como o principal método de evitar uma DST. Contudo, mais de 25% delas disseram nunca utilizá-lo e apenas 35% relataram usá-lo sempre. Além disso, enquanto 70% das meninas contaram ter utilizado o preservativo na primeira relação sexual, somente 37% usaram o método na última relação.


A maioria das jovens disse nunca ter contraído uma DST. No entanto, ao se investigarem os sintomas relacionados a esse tipo de doença, algumas adolescentes afirmaram já ter apresentado corrimento, prurido, ardência ou dor ao urinar e feridas ou verrugas genitais. As DST estão, atualmente, entre as cinco principais demandas por serviços de saúde e podem prejudicar a saúde reprodutiva e o bem estar da mulher. De acordo com as autoras da pesquisa – a assistente social Daniella Tech Doreto e da médica Elisabeth Meloni Vieira –, os resultados apontam para a necessidade de trabalhos de prevenção, que podem ajudar as adolescentes a desenvolver comportamentos mais seguros e saudáveis.

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