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06/12/2010

Estudo visa monitorar parasitos em praias da Baía de Guanabara

Informe Ensp


Uma pesquisa que vem sendo desenvolvida pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) analisará os índices parasitológicos e de micro-organismos nas praias da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. O trabalho é inovador, uma vez que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, órgão responsável pelos índices de colimetria das praias cariocas, não analisa outros tipos de contaminação. A aluna de mestrado em saúde pública da Ensp e médica veterinária Ludimila Santos Amaral é a responsável pelo estudo, que tem como orientadora a pesquisadora Adriana Sotero-Martins. Segundo Ludimila, a dissertação tem como objetivo propor o monitoramento de parasitos na água e areia das praias.


 Praia da Bica, na Ilha do Governador, uma das que serão avaliadas no estudo (Foto: Silvia Reitsma)

Praia da Bica, na Ilha do Governador, uma das que serão avaliadas no estudo (Foto: Silvia Reitsma)


O trabalho está inserido na linha de pesquisa de monitoramento da saúde ambiental, que vem sendo desenvolvida no Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Ensp, sob a coordenação da professora Adriana. Ao todo, a médica Ludimila vem avaliando e monitorando bactérias e fungos na areia e na água de quatro praias situadas na Baía de Guanabara: duas na Ilha do Governador (Bica e Tubiacanga) e duas na Ilha de Paquetá (Tamoios e José Bonifácio).


Para Adriana Sotero-Martins, "o trabalho de Ludimila traz uma inovação no sentido de analisar a parte parasitológica das areias, uma vez que o tema não conta com muitas linhas de investigação". Na literatura conhecida, os parasitos mais citados são dos gêneros Ancylostoma e Toxocara, embora o trabalho ainda não conte um uma definição metodológica.


Segundo Ludimila, a contaminação parasitária de praias e áreas de recreação é um grande problema de saúde pública, pois estes ambientes são passíveis a infecções protozoárias e helmínticas de fezes de animais, como cães e gatos, veiculadores de doenças que prejudicam o homem. "Esses animais domésticos contaminam o solo, eliminando ovos de parasitas, que por sua vez podem permanecer viáveis por um longo período no ambiente expondo a população humana ao risco de infecção e desenvolvimento de doenças", ressaltou. Como resultado final do trabalho, a aluna espera oferecer informações essenciais para a padronização de técnicas que forneçam subsídio para o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) na Resolução 274/2000, e também para as agências ambientais estaduais e municipais.


Publicado em 3/12/2010.

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