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17/11/2016

Evento na Fiocruz debate relação entre racismo e saúde

Informe Ensp


Todos os dias vemos, ouvimos, ficamos sabendo e, até mesmo, sofremos casos de racismo no Brasil e no mundo. Para discutir esta questão e seus impactos relacionados à saúde da população, a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) vai realizar o encontro Racismo e Saúde: um debate necessário e urgente, marcado para a próxima terça-feira (22/11), às 13h, no Salão Internacional da unidade da Fundação. Organizado pelo pesquisador do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental da Ensp/Fiocruz Paulo Bruno, o evento foi impulsionado pela proximidade do Dia da Consciência Negra, celebrado no Brasil em 20 de novembro.

Paulo Bruno destacou ainda diferentes documentos que incluem o racismo como importante fator na produção de iniquidades em saúde entre populações africanas e afrodescendentes, como o documento final da 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, Xenofobia e Intolerâncias Correlatas, convocada pela Assembleia Geral da ONU, realizada em Durban, em 2001 e o relatório final da Comissão para os Determinantes Sociais da Saúde (OMS). No Brasil, disse o pesquisador, “a data de 20 de novembro, ao fazer referência a Zumbi dos Palmares e à construção da Consciência Negra, fortalece as formas de resistência ao racismo, ao extermínio de jovens negros, à seletividade penal e à intolerância religiosa com relação às pessoas de religiões de matriz africana. Fazem parte desse processo de resistência os espaços de reflexão sobre como essas questões afetam direta ou indiretamente as vidas daquelas pessoas sujeitas às suas manifestações cotidianas. Portanto, a discussão sobre como essas questões relacionam-se com o campo da saúde coloca-se como necessária e fundamental num cenário que se configura como mais propício ao recrudescimento das práticas de intolerância e violência de cortes raciais do que à propagação do afeto, da paz e da solidariedade”, chamou a atenção Paulo Bruno.

Os debatedores do encontro serão Ana Paula Gomes, pedagoga, moradora e ativista de Direitos Humanos de Manguinhos, integrante do Movimento Mães de Manguinhos e do Fórum Social de Manguinhos (FSM); Marielle Franco, socióloga, vereadora do Psol/RJ e coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj); José Marmo da Silva, dentista, coordenador da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e ex-integrante do Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde; e Ronilso Pacheco, teólogo, escritor e integrante do Coletivo Nuvem Negra e da Campanha pela Liberdade de Rafael Braga. O mediador do debate será Paulo Bruno, professor e integrante da Campanha pela Liberdade de Rafael Braga. Após as apresentações, haverá um debate com o público participante. 

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