Início do conteúdo

16/07/2010

Exposição 'Epidemik' ficará em São Paulo até o final de setembro


Um videogame coletivo, montado em um grande tabuleiro eletrônico de 270 metros quadrados, no qual mais de 40 jogadores, simultaneamente, simulam e enfrentam situações de crise epidêmica, é uma das principais atrações da exposição Epidemik, que acaba de estrear em São Paulo e permanecerá na cidade até 26 de setembro, na Estação Ciência da USP. A iniciativa, uma parceria entre a sanofi-aventis e a Fiocruz, foi montada no Rio de Janeiro em 2009 e foi criada pelo Museu La Cité des Sciences et de l’Industrie de la Villette, em Paris. A exposição Epidemik conta com tecnologia inédita desenvolvida pela francesa Stratosphère, que tem no currículo trabalhos na Ponte Charles de Gaulle e no Palais des Congrès de Paris. "Trazer a exposição para o contexto brasileiro é mais do que conferir um toque local: é mostrar as dimensões culturais específicas das epidemias", diz o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.


 Ao pisar no tabuleiro, cada jogador recebe uma aura individual projetada no solo que o acompanha durante toda a simulação (Foto: S. Chivet/CSI image)

Ao pisar no tabuleiro, cada jogador recebe uma aura individual projetada no solo que o acompanha durante toda a simulação (Foto: S. Chivet/CSI image)


De acordo com Gadelha, "Epidemik oferece ao público um aprendizado de maneira lúdica e informativa. E as instituições que participaram da montagem da exposição também aprenderam muito com a experiência", completa. "Epidemik é fruto de uma parceria singular, que reuniu empresas, institutos de pesquisa, universidades e governos. O mais importante é sua mensagem educativa. Ela mostra aos jovens que é possível lutar contra as doenças. Nosso objetivo é difundir o conhecimento em todos os níveis e aperfeiçoá-lo", destaca o vice-presidente de Acesso a Medicamentos do grupo sanofi-aventis, Robert Sebag.


O videogame simula cinco diferentes cenários, conhecidos ou fictícios: gripe aviária em Cingapura, ataque biológico terrorista em Nova Iorque, malária e Aids na África e na Ásia e, especialmente desenvolvido para o Brasil, com conteúdo e iconografia preparados pelas equipes da Fiocruz, dengue no Rio de Janeiro. Ao pisar no tabuleiro, cada jogador recebe uma aura individual projetada no solo que o acompanha durante toda a simulação e vai indicando seu estado de saúde em função das atitudes preventivas que assume ou de providências que toma para se tratar, sempre orientados por uma tela gigante. Monitores auxiliarão os participantes durante o jogo, que também é acessível a cadeirantes.


Para a sanofi-aventis, parceira da exposição desde a sua inauguração em Paris, trazer Epidemik ao Brasil tem um significado especial. “Ela vem coroar um ciclo de mais de dez anos de forte atuação da sanofi-aventis Brasil em projetos institucionais ligados à saúde. A abordagem humanista e a riqueza do seu conteúdo dão à exposição uma dimensão histórica e sócio-cultural que nos permite entender momentos cruciais para a sociedade através de seus principais protagonistas”, diz a diretora de Comunicação Corporativa da sanofi-aventis e coordenadora-executiva da exposição no país, Cristina Moscardi.


“A popularização do conhecimento científico e a educação para a saúde sempre foram marcas registradas da Fiocruz, como demonstra o envolvimento da Fundação com a montagem da Epidemik. A exposição se encaixa com a missão de nossos pesquisadores na medida em que combina aspectos históricos e inovações tecnológicas, ciência e arte, biomedicina e cultura, homem e meio ambiente. É uma satisfação trazê-la para São Paulo no ano em que a Fiocruz chega aos 110 anos”, completa o presidente da Fundação, Paulo Gadelha. "Sem deixar de lado as explicações científicas retratando a evolução das epidemias ao longo da história, que integram a primeira parte da exposição, a Epidemik procura destacar também a experiência das pessoas que sofrem com essas doenças. Fala de gente que viveu e está vivendo situações epidêmicas", afirma Gisele Cartel, curadora da exposição e antropóloga da Fiocruz.


A informação e o lúdico em dois espaços integrados


Epidemik ocupa uma área de mais de 1,2 mil metros quadrados, divida em dois blocos. A primeira parte aborda a história milenar dos homens e das epidemias e faz uma retrospectiva do tema desde o período Neolítico, passando pela Antiguidade, a Idade Média e a Revolução Industrial, até os dias atuais. A proposta é discutir as condições que favorecerem o surgimento das epidemias, os meios que foram utilizados para combatê-las e o impacto que tiveram sobre a vida das populações. Obras de artistas franceses servem de fio condutor para traçar uma linha do tempo e situar as diferentes epidemias ao longo dos séculos. Já obras brasileiras do acervo da Mapoteca da Biblioteca Nacional, do  Museu do Exército, da Fiocruz e do Instituto Butantan recuperam momentos marcantes da história das epidemias no país. O videogame coletivo é o destaque do segundo bloco.


A exposição propõe uma abordagem inovadora para que o visitante tenha um entendimento mais profundo do impacto das várias epidemias ocorridas ao longo dos séculos sobre a humanidade. Além de jogos eletrônicos, a mostra oferece rico conteúdo histórico e jornalístico, em seis seqüências de filmes, contendo gravuras, pinturas, documentos, fotos e reportagens contemporâneas e históricas, projetadas em um afresco de 12 metros. Esses diferentes materiais revelam a visão de quem vivenciou as crises epidêmicas, o que inclui depoimentos de pacientes, familiares e profissionais da saúde. São dezenas de relatos reais oriundos de diferentes regiões do mundo, como o de uma sobrevivente da gripe espanhola, de 1918, ou de mulheres africanas que sofrem da doença do sono, sempre com ênfase nas relações entre o homem e o meio ambiente, interligando aspectos biológicos e culturais.


O objetivo central é mostrar um panorama das principais epidemias mundiais e do comportamento das populações em situações de crise, com destaque para os aspectos sociais e culturais, mas sem esquecer as questões relacionadas às descobertas científicas e aos avanços na gestão das políticas de saúde pública. Epidemik apresenta os desafios que uma epidemia pode impor à sociedade e chama a atenção para o papel que cada um, cidadão ou autoridade pública, pode e deve assumir para prevenir situações de calamidade. 


Da França com toque brasileiro


Originalmente criada pelo museu La Cité des Sciences et de l’Industrie de La Villette, de Paris, Epidemik foi inaugurada em outubro de 2008. A exposição teve o suporte de um comitê curador formado por renomados cientistas franceses, de instituições reconhecidas mundialmente como o Instituto Pasteur e o Institut National de la Santé et de la Recherche Médicale (Inserm), entre os quais epidemiologistas, imunologistas, sanitaristas, sociólogos, engenheiros e antropólogos. A versão especialmente montada para o Brasil, além de integrar o acervo integral da exposição francesa, incorpora outros temas diretamente ligados à realidade da população do país, como depoimentos, reportagens e outros materiais sobre dengue, meningite, Aids, hanseníase, tuberculose, doença de Chagas e febre amarela, entre outros conteúdos desenvolvidos pela Fiocruz, com o apoio do Instituto Butantan.


A exposição foi concretizada graças ao apoio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura e de fundos diretos viabilizados pela sanofi-aventis. A versão brasileira de Epidemik teve como coordenador-geral o diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris) e ex-presidente da Fiocruz Paulo Buss. Já a curadoria no Brasil ficou sob a responsabilidade da antropóloga da Fundação Gisele Catel.


A sanofi-aventis


No Brasil desde o final dos anos 50, a sanofi-aventis emprega 4 mil pessoas e dispõe de três unidades industriais. Atuando da prevenção ao tratamento, o grupo dispõe de um dos mais amplos portfólios de medicamentos e vacinas do país. No campo social, a sanofi-aventis Brasil se destaca como uma das farmacêuticas que mais investe em ações sociais, e já aplicou, desde 2004, mais de R$ 25 milhões no país, beneficiando, em média, dois milhões de pessoas, anualmente, em mais de 15 programas de longo prazo. Como organização dedicada à saúde, as ações da sanofi-aventis priorizam a saúde e a infância, bem como populações desfavorecidas, em programas de prevenção, educação, humanização e acesso a medicamentos.


A sanofi-aventis também tem desenvolvido vários programas visando à humanização hospitalar, reconhecidos nacionalmente, como as Brinquedotecas Hospitalares Nossos Sonhos São Possíveis, o Música nos Hospitais e o programa Conviver, implantados em hospitais públicos de vários estados brasileiros. Outros projetos de alcance nacional, como a coleção Comida que cuida, ou regionais como a exposição Vias do coração e o projeto Arte com Saúde, refletem publicamente o posicionamento ético e participativo da sanofi-aventis com a sociedade. Mais informações aqui.


A Fiocruz


Desde 1900 a Fiocruz produz ciência para a saúde pública e a cidadania dos brasileiros, com ênfase na inovação, tanto tecnológica quanto social. Sua atuação pode ser dividida em oito frentes: ciência, tecnologia e inovação em saúde; educação permanente e qualificação profissional para o Sistema Único de Saúde (SUS); atenção à saúde; vigilância epidemiológica e ambiental em saúde; vigilância sanitária de produtos, serviços e ambientes; assistência farmacêutica e produção de insumos estratégicos em saúde; gestão de políticas de saúde; e inovação na gestão. O objetivo é fazer avançar a fronteira do conhecimento e colocá-lo a serviço de todos.


Aids, dengue, febre amarela, malária, leishmaniose, Chagas, hanseníase e tuberculose são alguns exemplos de doenças que estão na mira da Fiocruz e são temas de projetos desenvolvidos pela instituição. Os estudos incluem pesquisa biomédica, clínica e epidemiológica, assim como aspectos históricos e sociológicos. Novas tecnologias, como genômica, proteômica e células-tronco, também fazem parte do trabalho da Fundação, que se destaca, ainda, nos debates sobre bioética, na promoção do aleitamento materno, nos estudos sobre mudanças climáticas e no enfrentamento da violência, entre outros assuntos da atualidade.


Os campi da Fiocruz no Rio de Janeiro, localizados nos bairros de Manguinhos (Zona Norte), Flamengo (Zona Sul) e Jacarepaguá (Zona Oeste), abrigam desde prédios históricos, parques e museus até modernas plantas industriais para produção de vacinas, medicamentos e kits para diagnóstico, além de dezenas de laboratórios de pesquisa, salas de aula, bibliotecas e hospitais. Em agosto deste ano, foi inaugurada a unidade da Fiocruz no Paraná, o sexto campus regional da Fundação, já presente nos estados de Amazonas, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco, bem como em Brasília. Além disso, já está sendo negociada a implantação da Fiocruz no Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rondônia. A esta expansão nacional, soma-se a ampliação da presença internacional da instituição, que inaugurou, no ano passado, seu Escritório de Representação na África, situado em Maputo, capital de Moçambique.


Serviço

Exposição Epidemik: o impacto das epidemias na sociedade ao longo dos séculos

Período: até 26 de setembro

Local: Estação Ciência da Universidade de São Paulo (Rua Guaicurus 1.394, Lapa)

Horário: de terça a sexta-feira, das 8h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 9h às 18h

Observação: fechamento do portão para ingressos: 17h30. A Estação Ciência fecha nos feriados que caem às segundas-feiras.

Ingressos: R$ 4

Meia entrada: estudantes (com comprovação)

Portadores de necessidades especiais

Isentos: professores (com comprovação), monitor, agente ou guia de turismo (com registro Embratur), comunidade da USP (com carteirinha válida na catraca), menores de 6 anos e maiores de 60 anos

Dias com entrada gratuita para todos: primeiro sábado e terceiro domingo de cada mês

Solicitação de isenção para grupos: escolas públicas, entidades assistenciais e projetos sem fins lucrativos podem enviar solicitação de isenção se ingresso para: secretaria@eciencia.usp.br


Publicado em 14/7/2010.

Voltar ao topo Voltar