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22/01/2014

Exposição estimula crianças a multiplicar conceitos

Marina Lemle


Hosana Christina tem dez anos e já ajuda a família a evitar a proliferação do mosquito da dengue em casa. Na última sexta-feira, 17 de janeiro, ela viu algo que nunca tinha visto: os ovos e as larvas do Aedes aegypti pelo microscópio. Hosana esteve na inauguração da exposição Dengue, no Museu da Vida, na Fiocruz. “É muito legal, tem um monte de coisas para se ver aqui”, disse a menina.

Hosana Christina tem dez anos e já ajuda a família a evitar a proliferação do mosquito da dengue em casa (foto: Peter Ilicciev)

 

A mãe de Hosana, Elaine, gostou principalmente do cenário do quintal de uma casa, reproduzindo diversos possíveis focos de reprodução do mosquito e as orientações para que isso não aconteça. “A exposição chama a atenção claramente para o que temos que cuidar”, disse.
 
É justamente essa conscientização da população o principal objetivo da mostra, resultado de um investimento de cerca de R$ 300 mil da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz através da Rede de Ações Integradas de Atenção à Saúde no Controle da Dengue (Rede Dengue), e da multinacional farmacêutica Sanofi, em partes iguais.

A conscientização da população é o principal objetivo da mostra (foto: Peter Ilicciev)
 

Presente à inauguração, o presidente da Fiocruz Paulo Gadelha destacou a relevância da exposição para a construção de uma consciência sanitária na população e o desafio dos produtores de conhecimento na missão de comunicar a ciência. “É preciso buscar uma síntese inteligível do conhecimento existente e garantir a captação da atenção dos visitantes e a decodificação correta das informações sobre o mosquito, a doença e as formas de transmissão para evitar a proliferação”, disse.
 
Gadelha ressaltou a importância da Rede Dengue na articulação sinérgica das iniciativas em pesquisa e controle da dengue na Fiocruz e elogiou a Sanofi pela sensibilidade de perceber a importância do processo de compreensão pública do trabalho da Fiocruz, que envolve a aproximação com a população e a criação de laços em várias dimensões, como a histórica, a cultural e a de formação de conhecimento. Ele aproveitou para defender a experimentação animal com base em padrões éticos, questão polêmica na percepção pública da ciência. “A experimentação animal ainda é essencial e perder isso seria extremamente danoso para o desenvolvimento científico e da saúde no Brasil”, afirmou.

De acordo com o chefe do Museu da Vida, Diego Vaz Bevilaqua, a exposição é dirigida ao público a partir de sete anos de idade. “A criança é um multiplicador de conceitos. Neste momento em que a doença adquire novas formas, é fundamental aumentar a consciência da população, difundir informação e gerar mobilização”, explicou.
 
Esta é a terceira vez que o Museu aborda a dengue, mas a primeira que monta uma exposição desse porte. Segundo Bevilaqua, a Rede Dengue atuou como um pólo integrador que permitiu aos produtores da exposição acionar pesquisadores de diferentes unidades da Fiocruz, como o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), o Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) e a Fiocruz Rondônia, de forma a refletir o que se produz internamente sobre o tema e estimular parcerias amplas. A exposição fica no Museu da Vida até 7 de junho e depois será itinerante.

Clique aqui para ver uma fotogaleria da exposição.

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