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12/02/2010

Exposição no Museu da Vida revela segredos da pré-história

Haendel Gomes


Como era a diversidade da vida no território que milhões de anos depois viria a ser o Brasil? Essa e outras perguntas, bem como as respostas da ciência, podem ser conhecidas na mostra Pré-história no Brasil: dinos e outros fósseis, que poderá ser visitada em fevereiro e março, no Museu da Vida da Fiocruz. A exposição apresenta réplicas e esqueletos originais de dinossauros, desde os velozes predadores terrestres a répteis aquáticos ou voadores, diversos tipos de rocha, paineis coloridos com os períodos pré-históricos, um vídeo sobre o ofício do paleontólogo e uma oficina para as crianças aprenderem na prática como as escavações são importantes para o desenvolvimento desse trabalho.


 A exposição – dividida em Pré-Cambriano, Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico – foi organizada em uma parceria da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz com o Museu da Geodiversidade da UFRJ e a UFRGS

A exposição – dividida em Pré-Cambriano, Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico – foi organizada em uma parceria da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz com o Museu da Geodiversidade da UFRJ e a UFRGS


A exposição reúne esqueletos de dinossauros e fósseis de diferentes períodos e regiões, como o Crocodilo-tatu (Armadillosuschus arrudai), um original do Cretáceo Superior de 80 milhões de anos, e um tronco fossilizado do Mesozoico, era dos grandes répteis. O objetivo é popularizar as descobertas da paleontologia (ciência que estuda os organismos que um dia habitaram o planeta) e mostrar a importância desses animais, que surgiram há 230 milhões de anos e desapareceram 65 milhões de anos atrás.


A viagem no tempo começa no Centro de Recepção, logo na entrada do campus, onde o público conhece o Uberabatitan ribeiroi, considerado o maior dinossauro brasileiro. Este herbívoro saurópode pertence ao período Cretáceo Superior, há 70 milhões de anos, e foi encontrado na Bacia de Bauru, em Minas Gerais. Ele divide o espaço com o Cearadactylus atrox, um pterossauro do Cretáceo Inferior encontrado na Bacia do Araripe, no Ceará. Este tem aproximadamente 100 milhões de anos.


O público confere a exposição de segunda-feira a sábado, das 9h às 16h30, com entrada gratuita. O Museu da Vida fica no campus da Fiocruz, em Manguinhos. A exposição – dividida em Pré-Cambriano, Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico – foi organizada em uma parceria da Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz com o Museu da Geodiversidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Departamento de Paleontologia e Estratigrafia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).


Fossilização


A geologia é a ciência que estuda a evolução da Terra, passando por sua origem aos dias atuais. As rochas são a principal ferramenta do geólogo, porque contam a história do planeta ao longo dos seus 4,6 bilhões de anos. O geólogo é o grande aliado do paleontólogo para desvendar o mundo pré-histórico. A exposição traz diversos exemplos dessa colaboração, por meio de vários tipos de rocha, desde o arenito (formada por grãos do tamanho da areia) à coquina (formada por conchas).


Fossilização é o nome dado aos diferentes processos, pelos quais um indivíduo morto se torna um fóssil. Isso ocorre em razão de duas condições: pelo rápido soterramento e a ausência de organismos responsáveis pela decomposição, como as bactérias. Os especialistas ressaltam que, mesmo nessas condições, os fósseis são raros. Mas, por meio de interpretação, os paleontólogos são capazes de desvendar o passado do planeta e revelar a distribuição dos continentes, as características do clima e o relacionamento entre as espécies.


Para chegar às suas conclusões, os pesquisadores têm diversas formas para fazer a leitura da passagem do tempo: a ambarização (envolvimento do indivíduo pela resina das árvores); congelamento (preservação do indivíduo em ambiente muito frio); carbonificação (perda de alguns compostos - gases e água - e aumento da concentração de carbono orgânico); incrustação (envolvimento do indivíduo por uma camada de substâncias minerais, formando uma espécie de cápsula que o protege da deterioração); permineralização (preenchimento dos espaços vazios do indivíduo - os poros - por minerais); moldagem (cria um molde da forma do organismo); mumificação (desidratação do material orgânico do indivíduo, em função de condições climáticas secas, podendo ocorrer em ambiente frio ou quente); e recristalização (reorganização dos minerais que compunham o esqueleto do indivíduo, tornando-o mais estável e resistente).


Publicado em 11/2/2010.

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