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26/02/2007

Falta de segurança nas embalagens de remédios aumenta casos de intoxicação

Rafael Cavadas


O Sistema Nacional de Informação Tóxico-Farmacológica (Sinitox), coordenado pelo Centro de Informação Científica e Tecnológica (Cict) da Fiocruz, alerta para o perigo das embalagens de medicamentos e produtos químicos. Os dados mais recentes do Sinitox apontam que mais de 6.700 casos de intoxicação foram diagnosticados em crianças entre 1 e 4 anos. Uma das soluções para reduzir essa estatística é o uso do lacre de segurança. As crianças são as maiores vítimas das embalagens que não acompanham as normas de segurança já implantadas na Europa e EUA.


 Atualmente existem dois projetos de lei na Câmara que estipulam a obrigatoriedade das normas de segurança das embalagens. Acima, coleção de caixas de medicamentos antigos

Atualmente existem dois projetos de lei na Câmara que estipulam a obrigatoriedade das normas de segurança das embalagens. Acima, coleção de caixas de medicamentos antigos


“A lei americana para embalagens de segurança foi implantada em 1970. Nove anos depois, um artigo provou que a ingestão acidental de ácido acetilsalicílico (usado como anti-inflamatório, anti-pirético e analgésico) caiu cerca de 50% entre as crianças. Outro estudo, de 1982, mostra que pelo menos 200 mil acidentes deixaram de ocorrer desde 1973 com a aprovação da lei nos EUA”, comenta a coordenadora do Sinitox, Rosany Bochner, lembrando que na Europa a lei de segurança foi aprovada em 1975. De acordo com os dados do Sinitox, as intoxicações mais freqüentes em crianças, no Brasil, são causadas por remédios e produtos de uso doméstico, como alvejantes, querosene, polidores de móveis, tintas, solventes, detergentes e inseticidas.


Atualmente, existem dois projetos de lei para a obrigatoriedade das normas de segurança dessas embalagens. O primeiro é do ex-deputado Fábio Feldman (PL 4841/1994) e o outro é do deputado Carlos Nader (PL 530/2003). Ambos estão arquivados nos termos do artigo 105 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, que prevê o arquivamento dos projetos em tramitação durante a transição dos governos. Agora, os deputados têm o prazo de 180 dias, a contar de 31 de janeiro de 2007, para reabrir a discussão da segurança das embalagens.


Algumas orientações como manter os produtos tóxicos em local seguro e trancado, evitar o armazenamento de medicamentos que não estão sendo utilizados e evitar tomar remédio na frente das crianças podem ajudar na queda da taxa de intoxicação infantil. Porém, segundo a coordenadora do Sinitox, a lei que regulamenta as embalagens é fundamental para diminuir os acidentes.

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