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01/04/2010

Feira Faperj 30 anos traz resultados de pesquisas da Fiocruz

Marina Schneider


Projetos nas áreas de entomologia molecular, inovação em fármacos para doenças inflamatórias e biodiversidade desenvolvidos por laboratórios do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) foram apresentados na feira Faperj 30 anos, que ocorreu no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. O evento marcou o início das comemorações dos 30 anos da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa (Faperj).


 

 A pesquisadora Ivana Bogado explica que o projeto exposto na feira é o primeiro já realizado sobre biodiversidade do solo da Mata Atlântica (Foto: Gutemberg Brito)

A pesquisadora Ivana Bogado explica que o projeto exposto na feira é o primeiro já realizado sobre biodiversidade do solo da Mata Atlântica (Foto: Gutemberg Brito)


“A exposição das pesquisas para o público é uma ótima oportunidade de mostrar para a sociedade o trabalho que realizamos”, afirma o pesquisador do Laboratório de Bioquímica, Fisiologia e Imunologia de Insetos do IOC Fernando Genta. Quatro projetos com participação de laboratórios do IOC foram expostos no estande do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Entomologia Molecular (INCT-EM), congregando cerca de 50 pesquisadores de várias instituições que utilizam ferramentas moleculares para estudar insetos e outros artrópodos vetores doenças parasitárias humanas e animais e pragas agrícolas.


Para Genta, eventos assim são importantes para aproximar a ciência da população. “Além disso, é fundamental para os pesquisadores fazer um exercício de adequação da linguagem para apresentar projetos para um público mais amplo, diferente daquele com o qual nos deparamos em congressos científicos”, completa. No estande, os visitantes puderam conhecer melhor o projeto genoma do Rhodius prolixus, concebido e desenvolvido por pesquisadores brasileiros para mapear os genes deste vetor da doença de Chagas. O público teve a oportunidade de entrar em contato, ainda, com o trabalho desenvolvido pela Rede Nacional de Monitoramento da Resistência de Aedes aegypti a Inseticidas, coordenado pela pesquisadora do IOC Denise Valle. Um projeto de criação de vacina para imunizar gado contra o carrapato bovino e uma pesquisa que investiga enzimas de cupins e caramujos que atuam na degradação da celulose para produzir biocombustível também foram expostos.


O projeto Inovação em Fármacos para Doenças Pulmonares, realizado pelo Laboratório de Inflamação do IOC, em parceria com Farmanguinhos/Fiocruz, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal de Alfenas e Laboratório Farmacêutico Cristália, foi apresentado em um estande que simulava um laboratório, permitindo que a utilização de um microscópio pelos visitantes para visualizar células do tecido pulmonar.


“Foi muito importante a aproximação com o público promovida pela feira, que funcionou como uma prestação de contas dos pesquisadores com a população”, declara o chefe do Laboratório de Inflamação do IOC, Marco Aurélio Martins. Segundo ele, foi grande a procura dos visitantes para tirar dúvidas sobre o projeto e sobre assuntos de ciência em geral. “Percebemos que o público ficou satisfeito com a disponibilidade dos pesquisadores”, completa.


“O objetivo foi tentar mostrar aos visitantes como é um laboratório, possibilitando a interação deles com o mundo da pesquisa”, afirma a pesquisadora do Laboratório de Inflamação do IOC Patrícia Silva. Pelas imagens nas paredes do estande, o público pôde conferir todas as etapas do desenvolvimento de novos medicamentos para asma e silicose, doenças que são foco do projeto.


No espaço reservado para pesquisas em biodiversidade, foi exposto o projeto Diversidade de Bactérias no Solo da Mata Atlântica, coordenado pela chefe do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos do IOC, Ana Carolina Vicente. “Temos cerca de 800 isolados de bactérias extraídas de solos da Mata Atlântica. Isso possibilitou a instituição de uma coleção de bactérias de alto potencial biotecnológico, com alguns grupos podendo ser usados, futuramente, para a fabricação de antibióticos”, destaca a pesquisadora do Laboratório de Genética Molecular de Microorganismos Ivana Bogado. Este é o primeiro estudo registrado sobre a diversidade do solo da Mata Atlântica, um dos biomas com maior biodiversidade do mundo.


Publicado em 31/3/2010.

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