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19/01/2016

Fiocruz Amazonas alerta para relevância de diagnósticos precisos

Fiocruz Amazonas


Num momento crítico em que doenças tropicais como as arboviroses chamam atenção no Brasil e no Amazonas e em que os números aumentam a cada novo diagnóstico, a preocupação começa a tomar conta da população. O receio é ser infectado pelo mosquito Aedes aegypti e adquirir uma das três doenças que o mosquito causa: dengue, chikungunya ou zika.

O mosquito 'Aedes aegypti', transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika (foto: Acervo CCS)

 

As autoridades sanitárias têm pedido atenção redobrada e iniciam diversas frentes no combate ao mosquito transmissor e, ao mesmo tempo, orientam as pessoas que tenham manifestado alguns dos sintomas característicos dessas doenças que procurem atendimento de saúde imediatamente ou até o quinto dia dos sintomas, de forma que o diagnóstico seja preciso.

Um estudo realizado pela Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazonas) e pela Fundação de Medicina Tropical (FMT) mostrou que, entre os anos de 2007-2009, quando ainda não existia registro da febre chikungunya e do vírus zika no país, pelo menos 50% dos casos suspeitos de dengue não foram confirmados em laboratório. Os resultados dos exames deram negativo para dengue e mesmo para a malária, que era o alvo da pesquisa à época.

Conforme o vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Amazonas, Felipe Naveca, que integrou a equipe de pesquisadores deste estudo, metade desses testes que deram negativo para malária e para dengue trouxeram à luz outros tipos de vírus, como o da febre oropouche e da febre mayaro, transmitidos por insetos que circulam na Amazônia. “É muito difícil só no diagnóstico clínico afirmar que a doença é especificamente dengue”, ressaltou.

De acordo com Naveca, o Estado do Amazonas ainda não apresentou nenhum surto da febre oropouche. No entanto, em vários municípios do interior há casos registrados de surtos menores da doença. O vírus é transmitido por um inseto que mede menos de 3mm, o Culicoides paraenses, popularmente conhecido como meruim oumaruim (o nome científico tem relação com o fato de o inseto ter sido descoberto por pesquisadores do Pará, região da Amazônia em que apresenta o maior número de casos da doença).

Como os sintomas da febre oropouche são semelhantes aos da dengue, frisa Naveca, isso acaba contribuindo para que os doentes possam ser diagnosticados erroneamente. Por isso, ressaltou, a importância de se ter mais atenção ao diagnóstico do vírus. Os principais sintomas da febre oropouche são: febre alta, calafrios, dor de cabeça muito forte, fotofobia e dor na região lombar.

Estatística

Dados da Fundação em Vigilância Sanitária (FVS) mostram que em 2015 foram registrados 7.191 casos de dengue no Amazonas; 152 casos de febre chikungunya, sendo 12 confirmados, 75 descartados e 65 ainda sob investigação.

Até o dia 13 de janeiro deste ano, foram registrados 108 casos suspeitos de zika no estado, sendo 18 em gestantes e apenas dois casos confirmados. O laboratório da Fiocruz Amazonas realiza os testes laboratoriais dos casos suspeitos que chegam à instituição. 

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