Agência Fiocruz de Notícias

Na espera pela Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável que será realizada em junho, a sociedade tem se organizado para discutir os atuais desafios ambientais que o planeta tem enfrentado. Temas como energia limpa e economia verde, saúde global, acesso à água potável e desastres naturais são algumas das temáticas presentes na pauta desses encontros. Ciente da importância do papel de jovens para as discussões ambientais com vistas a um mundo mais sustentável e saudável, o Museu da Vida da Fiocruz, a convite da Associação de Centros de Ciência e Tecnologia (ASTC, na sigla em inglês), participa, com a Unesco, do projeto SCEnaRioS.

O programa, que envolve alunos de centros de ciências de diversos países, está sendo apresentado na conferência Planet Under Pressure (Planeta sob pressão), realizada em Londres com a finalidade de propor soluções para os atuais problemas ambientais que vão servir de suporte às discussões na Rio+20. No encontro, estão sendo exibidos, no começo ou ao final das sessões mais relevantes, vídeos sobre as diversas temáticas ambientais criados pelos jovens contemplados pelo projeto. “Atualmente, a juventude em todo o mundo está ainda mais empenhada em buscar soluções para preservar o planeta. Grande parte da educação ambiental ocorre fora da sala de aula e os centros de ciência estão no centro dessa questão. É por isso que aceitamos o desafio de equipar jovens com tecnologia e conhecimento para que se tornem milhares carregando a mensagem da ativista ambiental Severn Suzuki, que, na Rio 92, recebeu aplausos de pé quando alertou aos tomadores de decisão presentes sobre as consequências da inércia para as gerações futuras”, afirma o diretor da ASTC, Walter Staveloz.



O SCEnaRioS engloba grupos de estudantes, entre 15 e 18 anos de idade, de nove centros de ciências do Brasil, Austrália, Canadá, China, Colômbia, Dinamarca, Israel, Moçambique, Cingapura e Estados Unidos. A ideia é que cada grupo se reúna para desenvolver um dos seis projetos piloto do programa, que incluem, entre outros temas, o acesso à água potável, alternativas sustentáveis de consumo de energia e energia verde e sustentabilidade. Os alunos do Museu da Vida, por exemplo, ficaram encarregados de desenvolver projeto sobre as mudanças climáticas e seus impactos na saúde.



Os resultados de todos os projetos desenvolvidos pelos jovens do SCEnaRioS, com discussões, descobertas e soluções, serão disponibilizados na web e, posteriormente, apresentados na Rio+20, onde os centros de ciência contemplados pelo programa vão participar de uma feira interativa para, juntos, discutirem questões abordadas no evento. Em abril, o Museu da Vida vai lançar um blog com a visão dos alunos sobre a temática trabalhada para que troquem experiências com estudantes contemplados pelo SCEnaRioS em Moçambique.



A Planet Under Pressure



O nome da conferência já adianta sua proposta: chamar a atenção da sociedade global para a pressão sofrida pelo planeta. A Planet Under Pressure, realizada entre os dias 26 e 29 de março, vai discutir soluções para os problemas ambientais em todos os níveis, de forma a direcionar as sociedades mundiais para um caminho mais sustentável. A conferência vai abordar, entre outros assuntos, as alterações climáticas, a degradação ecológica, o bem-estar humano, segurança alimentar, consumo de energia e redução da pobreza. A ideia é fornecer e fortalecer a liderança científica para a Rio+20, identificando oportunidades para o reforço de parcerias e abrindo caminho para futuras indagações e investigações mundiais. O evento vai atrair políticos, líderes, ONGs, entidades ambientais, jovens cientistas, especialistas em saúde e acadêmicos de diversas áreas.  



A ASTC



Fundada em 1973, a Associação de Centros de Ciência e Tecnologia é uma organização sem fins lucrativos destinada a promover engajamento público em relação à ciência. A ASTC incentiva a excelência e a inovação no aprendizado informal da ciência apoiando e unindo seus membros em todo o mundo e contribuindo para o alcance de seus objetivos em comum. Através de uniões estratégicas e parcerias globais, a ASTC também apoia centros de ciência e museus no tratamento quanto a questões sociais críticas tanto no âmbito local quanto global. A associação possui atualmente cerca de 600 membros em mais de 40 países, entre eles, centros de ciência e museus,  planetários, jardins zoológicos, jardins botânicos, além de empresas, consultores e outras organizações que compartilham o interesse comum em educação científica informal.

Publicado em 27/3/2012.