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17/08/2009

Fiocruz: ciência para a saúde do Brasil desde 1900


Desde 1900, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) produz ciência para a saúde pública e a cidadania dos brasileiros, com ênfase na inovação, tanto tecnológica quanto social. Sua atuação pode ser dividida em oito frentes: ciência, tecnologia e inovação em saúde; educação permanente e qualificação profissional para o Sistema Único de Saúde (SUS); atenção à saúde; vigilância epidemiológica e ambiental em saúde; vigilância sanitária de produtos, serviços e ambientes; assistência farmacêutica e produção de insumos estratégicos em saúde; gestão de políticas de saúde; e inovação na gestão. O objetivo é fazer avançar a fronteira do conhecimento e colocá-lo a serviço de todos.


Aids, dengue, febre amarela, malária, leishmaniose, Chagas, hanseníase e tuberculose são alguns exemplos de doenças que estão na mira da Fiocruz e são temas de projetos desenvolvidos pela instituição. Os estudos incluem pesquisa biomédica, clínica e epidemiológica, assim como aspectos históricos e sociológicos. Novas tecnologias, como genômica, proteômica e células-tronco, também fazem parte do trabalho da Fundação, que se destaca, ainda, nos debates sobre bioética, na promoção do aleitamento materno, nos estudos sobre mudanças climáticas e no enfrentamento da violência, entre outros assuntos da atualidade.


Os campi da Fiocruz no Rio de Janeiro, localizados nos bairros de Manguinhos (Zona Norte), Flamengo (Zona Sul) e Jacarepaguá (Zona Oeste), abrigam desde prédios históricos, parques e museus até modernas plantas industriais para produção de vacinas, medicamentos e kits para diagnóstico, além de dezenas de laboratórios de pesquisa, salas de aula, bibliotecas e hospitais. No dia 4 de agosto, foi inaugurada a unidade da Fiocruz no Paraná, o sexto campus regional da Fundação, já presente nos estados de Amazonas, Bahia, Minas Gerais e Pernambuco, bem como em Brasília.


Além disso, já está sendo negociada a implantação da Fiocruz no Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rondônia. A esta expansão nacional, soma-se a ampliação da presença internacional da instituição, que inaugurou, no ano passado, seu Escritório de Representação na África, situado em Maputo, capital de Moçambique.


Fiocruz: medicamentos e vacinas para o SUS


A Fiocruz assume papel estratégico no projeto do Ministério da Saúde para fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde no país. A nova vacina pneumocócica se somará ao portfolio do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz), que já produz vacinas para febre amarela; poliomielite; Haemophilus influenzae b (bactéria que pode causar meningite); difteria, tétano, coqueluche e Haemophilus Influenzae b; meningite AC; sarampo, caxumba e rubéola. O portfolio inclui, ainda, reativos para diagnóstico de dengue, doença de Chagas, leishmaniose, leptospirose e HIV (inclusive o teste rápido, cujo resultado sai em dez minutos). Dois biofármacos – obtidos a partir do emprego industrial de microorganismos ou células modificadas geneticamente para a produção de determinadas proteínas de aplicação terapêutica – também são, hoje, fabricados em Biomanguinhos: a alfainterferona 2b, para o tratamento de hepatites B e C crônicas, e a alfaepoetina, para o tratamento da anemia em pacientes com insuficiência renal crônica, Aids recebendo zidovudina ou câncer em tratamento quimioterápico.


Já na área de medicamentos, 12 programas do Ministério da Saúde, como Saúde da Família, Farmácia Popular e DST/Aids, são beneficiados com a produção do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). Ao todo, o Instituto produz 18 grupos de medicamentos, incluindo anti-hipertensivos, antianêmicos, antirretrovirais e antivirais, que atendem às necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS). O exemplo mais recente da atuação estratégica de Farmanguinhos é a produção de cápsulas de fosfato de oseltamivir, substância recomendada pelas autoridades sanitárias nacionais e internacionais para o tratamento da influenza A (H1N1). No final de julho, a Fiocruz começou a entregar ao Ministério da Saúde, para distribuição ao SUS, 210 mil tratamentos de fosfato de oseltamivir – cada tratamento é composto por dez cápsulas.


Outro exemplo significativo ocorreu em abril do ano passado, quando foi anunciado o desenvolvimento do ASMQ, combinação em dose fixa de artesunato (AS) e mefloquina (MQ), para o controle da malária. Fruto de uma parceria com a Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), o ASMQ também ganhou apresentações pediátricas, uma vez que as crianças estão entre as principais vítimas da malária, responsável por 1 milhão de óbitos por ano e principal causa de morbidade e mortalidade no mundo. A importância do desenvolvimento do ASMQ é mais bem compreendida quando se leva em conta que a malária atinge sobretudo populações pobres e, portanto, trata-se de uma doença que recebe pouca atenção das grandes indústrias farmacêuticas.


Farmanguinhos também tem ampla experiência com antirretrovirais. O Instituto produz oito dos 17 medicamentos que compõem o coquetel para HIV/Aids e outras formulações já estão em fase avançada de desenvolvimento, como a pílula "três em um", combinação de Lamivudina, Zidovudina e Nevirapina. Em fevereiro deste ano, Farmanguinhos entregou ao Ministério da Saúde a primeira partida do genérico do Efavirenz produzida no Brasil, fruto de uma parceria público-privada. O licenciamento compulsório desta droga, que atende a 85 mil dos 185 mil pacientes assistidos pelo Programa Nacional de DST/Aids, representou economia para os cofres públicos e o desenvolvimento do genérico brasileiro demonstrou a capacidade de se organizar o conhecimento técnico-científico nacional, colocando-o a serviço da população.


Números da Fiocruz


- 10 mil trabalhadores

- 1.200 artigos científicos / ano publicados em periódicos indexados

- 6.700 profissionais de saúde / ano formados em diferentes modalidades de cursos

- 87.600 pacientes atendidos / ano em serviços assistenciais especializados

- 217 mil exames laboratoriais / ano realizados para diagnóstico de doenças

- 1,1 bilhão de unidades de medicamentos / ano

- 128,2 milhões de doses de vacinas / ano


Publicado em 17/08/2009.

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