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24/05/2011

Fiocruz completa 111 anos e comemorações continuarão nesta quinta-feira

Ricardo Valverde


Nesta quarta-feira (25/5) a Fiocruz completou 111 anos. As comemorações, que também abrangem o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), a mais antiga unidade da Fundação e que deu origem à atual instituição, continuam nesta quinta-feira (26/5). A programação começou ainda pela manhã, com a posse do Conselho Deliberativo do IOC, e em seguida houve a palestra do secretário de Articulação para Inclusão Produtiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Cláudio Roquete, sobre os desafios da pobreza em suas diversas dimensões. Na solenidade foram firmados termos de cooperação com o MDS e com o Instituto Nacional de Cardiologia. Depois, a praça ao lado do Castelo da Fundação foi palco de uma apresentação do Coral Fiocruz, que interpretou alguns clássicos de seu repertório, e de um show do grupo de humoristas Comédia em Pé, que faz rir de situações do cotidiano. O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, disse em seu discurso que a instituição está diante do desafio de pensar o seu futuro e também o do país: “O setor saúde é fundamental para pensarmos o Brasil de amanhã, diante das demandas da população e das fronteiras tecnológicas. O país confia nesta instituição e devemos estar à altura dessa tarefa, para assim darmos conta da missão que nos é colocada”, afirmou. Para saber mais sobre a Fundação e acessar uma linha do tempo com a história da instituição, clique aqui.


 A diretora do IOC, Tania de Araújo-Jorge, o presidente Paulo Gadelha e o presidente da associação de servidores, Paulo César de Castro Ribeiro, diante do bolo de 111 anos da Fundação e do Instituto<BR><br />
(Fotos: Peter Ilicciev)

A diretora do IOC, Tania de Araújo-Jorge, o presidente Paulo Gadelha e o presidente da associação de servidores, Paulo César de Castro Ribeiro, diante do bolo de 111 anos da Fundação e do Instituto

(Fotos: Peter Ilicciev)


Comentando o lançamento do programa Fiocruz Saudável, Gadelha disse que a Fiocruz participará de maneira ativa e profícua da conferência Rio+20, que em 2012 fará um balanço da Eco-92. “Estaremos presentes e mostraremos nossos trabalhos na área, que são frutos de pesquisas e de articulações com instituições municipais, estaduais, nacionais e estrangeiras”. Para o presidente da Fundação, aqueles que trabalham na instituição hoje têm um compromisso com a História: “Que as atuais e futuras gerações possam se orgulhar da Fundação, assim como nos orgulhamos do legado daqueles que estiveram aqui antes de nós. Hoje comemoramos os 11 anos do segundo século da Fiocruz”, observou Gadelha. Também participaram da festividade os vice-presidentes da Fundação, diretores de unidades e o presidente da associação de servidores.


A programação de aniversário contou ainda com o lançamento dos livros Insetos: uma aventura pela biodiversidade e Fundamentos da paleoparasitologia (uma resenha sobre este livro pode ser acessada aqui). Também houve os lançamentos da Web TV Fiocruz, do jornal Linha Direta, da nova programação do Canal Saúde, dos selos Pró-Equidade e Fiocruz Saudável e da exposição fotográfica Fiocruz: olhares, trabalho e personagens. A Web TV transmitirá internamente, por meio de aparelhos de televisão instalados em todas as unidades da Fundação, notícias sobre a instituição. O jornal impresso Linha Direta, que será publicado a cada dois meses, também foi criado para o público interno.


 Gadelha disse que os trabalhadores da Fiocruz têm um compromisso com o país e as gerações futuras

Gadelha disse que os trabalhadores da Fiocruz têm um compromisso com o país e as gerações futuras


À tarde foi aberta a feira Fiocruz Saudável, com serviços oferecidos por programas da Fundação, como prevenção às doenças cardiovasculares, rastreamento oncológico (para detectar precocemente o câncer), controle da diabetes, lesões por esforço repetitivo (LER), controle da hipertensão, saúde mental e controle da cefaleia. Houve ainda testagem anônima de HIV e aplicação de vacina contra a influenza. Ao longo de todo o dia, em diversos horários, ocorreram visitas guiadas ao Castelo da Fiocruz, com monitores do Museu da Vida da Casa de Oswaldo Cruz (COC).


Nesta quinta-feira (26/5), das 9h às 13h, haverá a continuação da feira Fiocruz Saudável. Após esse horário, também ao lado do Castelo, começará um show de chorinho com o grupo Abrindo o Berreiro, que vai interpretar clássicos como Noites cariocas, Carinhoso e Brasileirinho, entre outras canções consagradas. Mais tarde, das 17h30 às 22h, o DJ Galalau comandará um baile pelos 111 anos, com repertório que inclui samba rock, soul e MPB, chegando à música contemporânea. Às 19h, durante o baile, o grupo de samba e choro Casuarina, considerado um dos principais grupos da nova cena carioca de samba, fará uma apresentação especial.


As festividades continuarão no sábado (28/5), pelo aniversário de 12 anos do Museu da Vida. Estão programados show de ciências, Ciência na Cozinha, teatro e visitas ao Castelo. O evento ocorrerá das 10h às 16h, com entrada gratuita.


Fiocruz, 111 anos


Criada em 1900 – com o nome de Instituto Soroterápico Federal, que depois se tornaria o Instituto Oswaldo Cruz –, a Fiocruz nasceu com a missão de combater os grandes problemas da saúde pública brasileira. Para isso, constituiu-se como centro de conhecimento da realidade do país e de valorização da medicina experimental. Hoje, a instituição, vinculada ao Ministério da Saúde, abriga atividades que incluem pesquisas; prestação de serviços hospitalares e ambulatoriais de referência em saúde; fabricação de vacinas, medicamentos, reagentes e kits de diagnóstico; ensino e formação de recursos humanos; informação e comunicação em saúde, ciência e tecnologia; controle da qualidade de produtos e serviços; e implementação de programas sociais. Tudo feito por uma força de trabalho de mais de 10 mil pessoas.


A Fiocruz tem sua base fincada num campus de 800 mil metros quadrados no bairro de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Em torno dos três históricos prédios do antigo Instituto Soroterápico Federal – o Pavilhão Mourisco, o Pavilhão do Relógio e a Cavalariça –, funcionam 9 de suas 15 unidades técnico-científicas e todas as unidades de apoio técnico-administrativas. Outras seis unidades situam-se nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Manaus e Curitiba, além de um núcleo em Brasília. Mas a Fiocruz está presente em todo o território brasileiro, seja por meio do suporte ao Sistema Único de Saúde (SUS), na formulação de estratégias de saúde pública, nas atividades de seus pesquisadores, nas expedições científicas ou no alcance de seus serviços e produtos.


A Fundação está em processo de ampliação de suas atividades: nos próximos anos, vai inaugurar centros de pesquisa no Ceará, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Piauí. Esses novos núcleos estarão pautados pelo desenvolvimento científico e tecnológico e na formação de recursos humanos em saúde, levando em consideração as especificidades de cada região para proporcionar respostas mais eficientes e, consequentemente, diminuir as iniquidades no país. Em 2008, a instituição abriu seu primeiro escritório internacional, em Moçambique, o que reforça o compromisso de promover a melhoria das condições sociossanitárias das populações mais carentes, também no continente mais negligenciado do planeta.


Entre os mais recentes destaques da atuação da Fiocruz está o lançamento, em 2008, junto com a organização sem fins lucrativos Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) do ASMQ, uma combinação em dose fixa dos medicamentos artesunato (AS) e mefloquina (MQ) para o controle da malária e que simplifica o tratamento de adultos e crianças contra a doença. No ano seguinte, foi iniciada a produção do medicamento Efavirenz, um antirretroviral que integra o coquetel anti-Aids, beneficiando 85 mil brasileiros. A Fundação também fez o mapeamento das primeiras sequências genéticas do vírus influenza A (H1N1) detectado por pacientes no Brasil e, em colaboração com grupos de pesquisa dos Estados Unidos, da Europa e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mapeou pela primeira vez o genoma do Schistosoma mansoni, parasito causador da esquistossomose.


No mesmo ano, a Fundação teve papel preponderante na preparação dos primeiros lotes do medicamento oseltamivir, a partir do fornecimento do fosfato de oseltamir, para distribuição gratuita aos hospitais de referência no tratamento da gripe causada pelo vírus influenza A (H1N1). Ainda em 2009, a instituição assinou acordo de transferência de tecnologia com um laboratório multinacional que garantirá a produção da vacina pediátrica para pneumococo, a ser incluída no Programa Nacional de Imunização (PNI). A vacina protege contra meningite bacteriana, pneumonia e otite média aguda, doenças causadas pela bactéria pneumococo. O documento também prevê intercâmbio destinado ao desenvolvimento de imunizantes para dengue, febre amarela e malária.


Publicado em 25/5/2011.

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