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12/02/2015

Fiocruz e saúde são destaques no bloco Discípulos de Oswaldo

Graça Portela / Ascom Icict


Desde que o carnaval é carnaval, a saúde, direta ou indiretamente, está presente nas letras, seja na forma anárquica das marchinhas (Milagre do Viagra), seja por meio das campanhas do Ministério da Saúde (Campanha do Ministério da Saúde de 2012), ou dos governos estaduais (Camisinha na Folia - Carnaval 2015), ou em sambas enredo (Muita saúva, pouca saúde, os males do Brasil são). Na Fiocruz, que já teve seu centenário cantado na Passarela do Samba, o samba também se faz presente.

Este ano, o bloco Discípulos de Oswaldo, do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz (Asfoc-SN), veio com o samba Pavilhão Mourisco, monumento da ciência a serviço da saúde, de Pedro Jonas, médico aposentado da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). A sugestão do tema partiu de dois funcionários do Instituto de Comuicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz): Marcel Pedroso e Cláudio Folly. A sinopse do enredo ficou a cargo de Pedroso, que se baseou no livro Vida, engenho e arte: o acervo histórico da Fundação Oswaldo Cruz, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), que relata a história da Fundação, da Ciência e da Saúde no Brasil.

Também historiador, Pedroso se inspirou no primeiro capítulo do livro da COC e fez um paralelo com o que estava acontecendo na cidade do Rio de Janeiro nos primeiros anos do século 20. “Eu quis trabalhar um contexto histórico, mostrando a reconstrução da cidade, as reformas urbanísticas e sanitárias, e a construção do Instituto Soroterápico Federal, que deu origem à Fiocruz”, destacou. “A construção do Castelo não foi um ato trivial, foi um ato político para dar um peso à ciência brasileira, para valorizar nossos cientistas".

Salgueirense e amante do samba, Pedroso escreveu pela primeira vez uma sinopse para samba-enredo e ficou feliz por ter tido a oportunidade de pesquisar sobre a história da construção do Castelo de Oswaldo. “Ao ser convidado para desenvolver o enredo pela direção da Asfoc, eu senti que podia contribuir de uma outra forma para o SUS e para a saúde no país”, comemora. O samba-enredo foi escolhido por concurso (24/1) e foi cantado pelos puxadores oficiais do Bloco, Leonardo Bessa, Dudu Botelho e Waléria do Cavaco. O Discípulos de Oswaldo desfilou na última quarta-feira (11/2), às 17h, no Largo do Amorim, em Manguinhos.

Bloco da Saúde ganha espaço

Tendo como tema de suas músicas a saúde e a Fiocruz, o bloco Discípulos de Oswaldo surgiu em 2002. Segundo um dos seus fundadores, João Carlos Borges Rolim de Freitas, o “Profeta”, o objetivo foi integrar os trabalhadores da Fiocruz com o entorno, principalmente os moradores da comunidade do Amorim. "A ideia surgiu numa confraternização no Bar do Chico, onde vários trabalhadores da Fiocruz 'batiam ponto' depois do expediente", relembra. A “confraria”, nas palavras do “Profeta”, escolheu uma maneira de falar sobre saúde de uma forma irrevente. "Nesses anos já tivemos sambas que falavam sobre febre amarela, dengue, febre aftosa, SUS, meio ambiente e etc.”, explicou.

O Bloco tem como característica unir representantes de várias escolas de samba em sua agremiação. Leonardo Bessa, Dudu Botelho e Waléria do Cavaco são os puxadores oficiais de samba da escola Acadêmicos do Salgueiro. O mestre Chúla, da União da Ilha do Governador, é quem cuida da bateria do Bloco e é responsável pela Oficina de Bateria, que há dois anos vem formando mão de obra para o Discípulos. “Essa oficina ajudou muito a formação de novos sambistas e o intercâmbio com outras agremiações”, comentou Profeta. E isto se reflete no crescimento do Bloco, que antes tinha em torno de 200 integrantes e hoje já ultrapassa mil participantes, entre trabalhadores da Fiocruz e moradores da comunidade do Amorim.

Confira no site do Icict/Fiocruz seleção de campanhas, marchinhas e sambas-enredo que abordaram a temática da saúde. 

Imagem: Icict/Fiocruz

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