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10/11/2020

Fiocruz lamenta a perda de Alexandre Carvalho, ex-diretor da Fiocruz Pernambuco

Ricardo Valverde (Agência Fiocruz de Notícias)


A Presidência da Fiocruz lamenta o falecimento, na segunda-feira (9/11), do médico Alexandre Bezerra de Carvalho, que foi diretor do Instituto Aggeu Magalhães (IAM/Fiocruz Pernambuco). Carvalho chegou ao IAM em 1985, para criar o Departamento de Imunologia e assessorar o projeto de construção da atual sede do Instituto, no campus da UFPE. Ele começou à sua carreira no IAM com um projeto sobre antígenos parasitários, dando assim início às pesquisas do Departamento de Imunologia. Paraibano de Campina Grande e nascido em 1945, Carvalho morreu em decorrência de um câncer no pulmão e deixou esposa, Mariza Veloso Borges, e três filhos, Valério, Mariana e Thiago.

Morando no Recife desde 1960, Carvalho cursou graduação em Medicina na Universidade Federal de Pernambuco (concluída em 1968) e fez especialização na Universidade de São Paulo (1971). Foi consultor permanente do Ministério da Saúde, diretor da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco, chefe do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal da Paraíba, onde foi professor-assistente, e secretário-adjunto de Saúde de Pernambuco. 

Eleito diretor do Aggeu Magalhães para o período de 1997 a 2001, teve uma gestão marcada pela inovação, determinação e habilidade política. Por seu empenho, o então Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva (anteriormente Nesc e hoje Departamento de Saúde Coletiva) foi transferido da sua sede provisória no Hospital Pedro II para instalações amplas, ocupando dois andares, que ele batizou de Bloco Josué de Castro. Também durante a sua gestão foi criado o primeiro curso de doutorado em saúde pública do Nordeste, em parceria com o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e a UFPE.

Filho de médico, Carvalho foi leitor de filosofia e teologia na juventude, amigo de Dom Helder Câmara e participou do grupo Teatro Popular de Nordeste. Devido à sua militância no movimento estudantil chegou a ser preso depois do golpe de 1964, embora não fosse membro de nenhum grupo político.

Amante das artes, pianista, deixou a sua marca também nas comemorações dos 50 anos do IAM, em 2000, quando trouxe um outro amigo, o cantor Alceu Valença, para se apresentar nas comemorações. “Carvalho foi muito generoso, excelente médico, dotado de uma inteligência excepcional e brilhante em suas ideias como pesquisador. Deu várias contribuições para o IAM na década de 1980, como ideias sobre a concepção dos laboratórios. Ele ficará na memória de todos”, afirma o atual diretor do Instituto, Sinval Brandão Filho.

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