10/07/2013
A Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), em parceria com o Ministério de Saúde Pública e da População do Haiti (MSPP) e a Brigada Médica Cubana (BMC), vai realizar um curso de manutenção hospitalar no Haiti. A estrutura do curso é com base em educação à distância (EAD), com três encontros presenciais entre professores e alunos e o restante pela internet, dividido por módulos, com duração total de um ano. O curso está programado para começar este mês, para 15 participantes selecionados pelo Ministério da Saúde do Haiti.
O Brasil está construindo um parque tecnológico no Haiti, envolvendo três hospitais comunitários de referência, dois laboratórios de saúde pública e 30 unidades para a Rede de Frio (armazenamento de vacinas e insumos)A Gestão de Recursos Físicos e Tecnológicos na área da Saúde (Refit) foi desenvolvida por pesquisadores da Fiocruz, e esse modelo é utilizado desde 2006 pelo Ministério da Saúde do Brasil para formar especialistas em manutenção hospitalar no país. O curso é em formato educação à distância (EAD). A coordenadora do Refit, Luisa Pessôa, explica que os alunos terão possibilidade de gerir o parque tecnológico que o Brasil está construindo no Haiti, envolvendo três hospitais comunitários de referência, dois laboratórios de saúde pública e 30 unidades para a Rede de Frio (armazenamento de vacinas e insumos), assim como as unidades de saúde já existentes no país. “A questão da manutenção de equipamentos é muito importante, e para esta finalidade estamos contando com a parceria dos engenheiros e técnicos cubanos”, reforça Luisa Pessôa.
Carlos Linger, coordenador do projeto tripartite na Fiocruz, ressalta que esta atividade se orienta sob os princípios da cooperação Sul-Sul, entre países em desenvolvimento. “A presente iniciativa faz parte da estratégia de cooperação internacional estruturante, modelo defendido e adotado pela Fiocruz, e fortalece o processo de implantação de políticas de Gestão Tecnológica em Saúde”, destaca. A Brigada Médica Cubana atua no Haiti desde 1998. Atualmente, cerca de 1,2 mil médicos estão operando em todo o país, afetado por terremotos, furacões, cólera e outras doenças.
A coordenadora do Refit esclarece ainda que um bom gestor de unidades de saúde deve saber planejar e gerenciar os recursos físicos e tecnológicos em saúde e também levar em conta os aspectos sociais, econômicos e políticos a fim de atender às necessidades de seu país. “É preciso ter capacidade para interagir com as equipes de saúde locais, regionais e nacionais, assessorar na organização de investimentos, apoiar a definição de necessidades e prioridades, planejar e programar os recursos físicos em saúde e gerenciar as suas execuções e a sua manutenção”, completa Luisa Pessôa. O Cris/Fiocruz convocou profissionais da Cooperação Brasil-Cuba-Haiti para que a proposta do curso seja revisada, adaptada e aperfeiçoada por representantes dos três países cooperantes de maneira horizontal e participativa.