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03/09/2012

Fiocruz Minas, em parceria com MS, promove curso sobre uso de inseticidas e o controle de vetores de doenças


O Centro de Pesquisa René Rachou (CPqRR/Fiocruz Minas), por meio do Laboratório de Referência em Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, e em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde acaba de promover um curso para técnicos dos 26 estados do Brasil. O curso Uso de inseticidas de ação residual para o controle de vetores de doenças, com especial ênfase a triatomíneos foi realizado na Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais e teve a participação de 30 técnicos, indicados pelo Grupo Técnico de Doença de Chagas da Secretaria de Vigilância em Saúde.


 O barbeiro, transmissor da doença de Chagas

O barbeiro, transmissor da doença de Chagas


A iniciativa da realização do curso teve como principal justificativa o compromisso com a saúde do povo brasileiro e com a consolidação do SUS no que tange o controle de insetos vetores, motivado pela observação da perda da qualidade técnica para o uso de inseticidas no campo, o que pode gerar vários problemas, mas principalmente a contaminação ambiental, dos aplicadores, dos moradores, seleção de populações resistentes e alto custo operacional. Segundo a organizadora do curso e também líder de grupo do Laboratório de Referência em Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas, Lileia Diotaiuti, “a experiência e competência técnica dos participantes foi marcante, o que elevou o nível do curso e permitiu avançar muito além do programa proposto”, destacou. Houve uma grande interação entre os participantes, com o relato de experiências enriquecedoras e reflexões sobre temas.


A debilidade das atividades relacionadas à entomologia (ciência que estuda os insetos) incluem a captura, identificação e exame de insetos, borrifação de inseticidas e avaliação das atividades foram amplamente debatidos. Os participantes foram unânimes ao destacar a necessidade de investimento no setor e capacitação para o uso destas metodologias, hoje sob o domínio de antigos servidores prestes a se aposentarem, lamentavelmente abandonadas nos últimos anos, o que impacta negativamente a qualidade do trabalho realizado pelos municípios, que receberam esta função sem terem sido suficientemente esclarecidos do desafio ao qual estavam se responsabilizando. 


Como primeira atividade do grupo, todos se comprometeram a desenvolver um estudo em suas áreas de competência (estados ou municípios), por meio do levantamento do estado e manutenção das bombas e bicos, do acesso a insumos e equipamentos de proteção, do treinamento dos agentes de saúde para captura e borrifação, das atividades de laboratório, condições dos laboratórios, vínculo dos trabalhadores envolvidos e sistema de avaliação. Reconhecendo a excepcionalidade da ocasião, que reuniu profissionais de quase todo o país e com grande competência técnica, e diante da necessidade de busca para as soluções para o controle adequado de vetores, o grupo decidiu seguir interagindo por meio de um comitê técnico ligado ao Laboratório de Referência de Triatomíneos e Epidemiologia da Doença de Chagas do CPqRR, disponibilizando sua expertise, intercambiando experiências, materiais e apoiando-se mutuamente. “Com estas ações, pretende-se fortalecer o controle de vetores e colaborar para a consolidação do SUS”, concluiu Lileia Diotaiuti.


Publicado em 31/8/2012.

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