Agência Fiocruz de Notícias

As comemorações do aniversário do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (Fiocruz Pernambuco) reuniram, nesta quinta-feira (1°/9), trabalhadores, estudantes e convidados, para homenagear os 66 anos do centro de pesquisa e ensino, reconhecido pelo trabalho que desenvolve na prevenção e controle de doenças infectocontagiosas e crônicas não transmissíveis na região Nordeste. As celebrações destacaram o centenário de nascimento do primeiro diretor da instituição, Frederico Simões Barbosa, um importante personagem da história da saúde pública e da epidemiologia no Brasil.

O anfitrião do encontro, o diretor da Fiocruz Pernambuco, Sinval Brandão Filho, ressaltou a participação de Frederico Simões Barbosa como um dos artífices da criação do Instituto, em 1950, posteriormente integrado como unidade pernambucana da Fiocruz na década de 1970. “Um pesquisador que dedicou sua vida para contribuir para o melhor conhecimento das doenças endêmicas, utilizando aspectos inovadores na interação da pesquisa com a saúde pública, que possibilitaram a criação de alguns programas pioneiros em medicina comunitária, atenção primária à saúde e na integração docente-assistencial, que são hoje marcos referenciais de atuação do campo da saúde coletiva”, declarou Sinval.

Em seguida, foi a vez do diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Paulo Elian, fazer uma exposição sobre O Legado e o Acervo de Frederico Simões Barbosa, baseada no trabalho de organização do arquivo pessoal de FSB, doado pela família à COC. O público pode conhecer um pouco da biografia do homenageado, seus estudos e o foco de sua investigação na esquistossomose. Para Elian, um aspecto que chama muita atenção na trajetória profissional de Frederico é a forte associação do trabalho de pesquisa com a docência.

A primeira exibição do documentário Frederico Simões Barbosa, ciência e compromisso social, produzido e dirigido pela jornalista da Fiocruz Pernambuco Silvia Santos, foi um dos pontos altos da tarde. Roteirizado a partir do depoimento dado por Frederico ao projeto que culminou na publicação Memórias Revisitadas, de 1995. O vídeo traça um perfil do pesquisador, destacando aspectos de sua vida como cientista e da sua história pessoal, com depoimentos de pessoas que trabalharam com ele em Pernambuco, no Rio de Janeiro e Brasília, além dos relatos de uma de suas filhas, a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Constança Simões Barbosa, que participou da mesa de abertura e agradeceu as homenagens.

O primeiro dia das comemorações contou ainda com a inauguração da mostra Frederico Simões Barbosa, da Medicina Tropical à Saúde Pública, que permanece no mezanino da Fiocruz Pernambuco até o final de setembro. A exposição exibe fotos, objetos pessoais e painéis com informações da trajetória profissional desse cientista e sanitarista pernambucano. No encerramento, a apresentação do Coral Vozes da Fiocruz, formado por trabalhadores da Fiocruz Pernambuco, abrilhantou o momento de confraternização em torno de um coquetel.

Participaram do evento, entre outras autoridades, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha; o Secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia; a ex-diretora da Fiocruz Centenário coralPE, Eridan Coutinho; e o representante da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, José da Rocha Carvalheiro. Também estiveram presente, o reitor da Universidade de Pernambuco, Pedro Falcão; a Secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, Lúcia Melo e o representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), José Aleixo.

Na sexta (2/9), as comemorações prosseguiram, no auditório da instituição, com a exibição do filme Esquistossomose Mansoni, dirigido pelo cineasta Firmo Neto, na década de 1940. Em seguida foram promovidos dois painéis, focados na atuação de Frederico Simões Barbosa nestas áreas: Medicina Tropical!, com coordenação do diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS) da Fiocruz, Carlos Morel e Saúde Pública, com coordenação do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.