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15/04/2009

Fiocruz Pernambuco inaugura quatro novos laboratórios de pesquisa

Bruna Cruz


Nesta quinta-feira (16/4), às 10 horas, a Fiocruz Pernambuco inaugura os novos laboratórios de quatro dos seus seis departamentos – Entomologia, Imunologia, Microbiologia e Parasitologia. “As novas instalações dotam a instituição de capacidade para ampliar sua atuação, desenvolvendo novos projetos integrados”, ressalta o diretor Eduardo Freese. O investimento na ampliação desses espaços chegou a quase R$ 6,5 milhões e resultou no ganho de mais dois pavimentos, além da reforma dos dois que já existiam (laboratórios, no térreo, e gabinetes dos pesquisadores, no primeiro andar). A área ocupada passará de 2 mil para 4 mil metros quadrados. A cerimônia contará com a presença do presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, que representará o ministro da Saúde, José Gomes Temporão.


 A Fiocruz Pernambuco tem 129 projetos de pesquisa, nos campos da epidemiologia, da biologia celular e molecular, da saúde ambiental, do planejamento e da avaliação de serviços de saúde (Foto: Peter Ilicciev)

A Fiocruz Pernambuco tem 129 projetos de pesquisa, nos campos da epidemiologia, da biologia celular e molecular, da saúde ambiental, do planejamento e da avaliação de serviços de saúde (Foto: Peter Ilicciev)


Além das atividades de pesquisa e de formação de recursos humanos, já que os estudos envolvem dezenas de alunos de pós-graduação e de iniciação científica, nos novos laboratórios também serão feitas as atividades de alguns dos serviços de referência da instituição, a exemplo dos serviços em controle de culicídeos vetores, doença de Chagas, leishmaniose e peste. Junto com os serviços de esquistossomose e hantavirose, fizeram 65 mil exames nos últimos dois anos, entre testes parasitológicos, sorológicos, bacteriológicos e moleculares. As instalações antigas datavam da época da inauguração do prédio da Fiocruz Pernambuco, em 1986, quando a instituição foi transferida do bairro do Espinheiro para a Cidade Universitária.


O pavimento térreo abrigará os departamentos de Entomologia e Microbiologia. No primeiro andar ficará o departamento de Parasitologia e no segundo, o de Imunologia. Acima foi construído um pavimento técnico. A grande novidade é a integração dos gabinetes (individuais e coletivos) com os laboratórios, que antes ficavam em andares diferentes. As novas instalações também contam com dois elevadores e cada pavimento terá uma câmara fria e uma sala para os colaboradores (pesquisadores visitantes e alunos).


Durante a reforma, os laboratórios e gabinetes dos pesquisadores de quatro departamentos estavam provisoriamente instalados nos dois novos andares de um outro pavilhão da instituição. Eles foram construídos na primeira etapa da ampliação do centro de pesquisa, concluída em 2006, e totalizaram um investimento de R$ 2 milhões. Com a mudança dos laboratórios para a nova estrutura, o espaço será readaptado para receber o Departamento de Saúde Coletiva e as salas de aula do Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública. A conclusão da readequação está prevista para o fim do primeiro semestre deste ano.


Os estudos na área de ciência e tecnologia em saúde da Fiocruz Pernambuco também são feitos nas instalações do Departamento de Virologia e Terapia Experimental, o mais novo da instituição, inaugurado em 2003. Os profissionais também contam com um laboratório de nível de biossegurança 3 (NB 3), usado para trabalhos em peste, tuberculose e hantaviroses, dois biotérios (local onde são criados camundongos), um de criação e experimentação e outro de Nível de Biossegurança 3 (NA 3), para animais silvestres, e um insetário.


A Fiocruz Pernambuco também conta com um Núcleo de Plataformas Tecnológicas, composto por equipamentos de última geração, que vem dotando a instituição de capacidade de relacionar diretamente a pesquisa fundamental, a clínica e a pesquisa estratégica, visando intensificar a transferência dos conhecimentos produzidos em laboratório para os serviços de saúde pública.


A instituição nasceu em 1950, a partir de pesquisadores que tinham como sonho fundar uma instituição que pesquisasse as enfermidades endêmicas regionais que atingiam grande parte da população. Na década de 1970, por ações do governo federal, foi integrada à Fiocruz. A sede inicial ficava no bairro do Espinheiro, mas desde 1986 funciona na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Atualmente ocupa uma área de 15,2 mil metros quadrados. A unidade atua em seis departamentos finalísticos - Entomologia, Imunologia, Microbiologia, Parasitologia, Saúde Coletiva e Virologia e Terapia Experimental -, mais o departamento de Administração.


A Fiocruz Pernambuco dedica-se ao estudo de várias doenças endêmico-epidêmicas. Atualmente conta com 129 projetos de pesquisa, entre estudos nos campos da epidemiologia, da biologia celular e molecular, da saúde ambiental, do planejamento, da gestão e da avaliação de serviços de saúde. Além das pesquisas nas áreas em que é referência para o Ministério da Saúde (culicídeos vetores – mosquitos transmissores de doenças -, doença de Chagas, esquistossomose, filarioses, hantaviroses, leishmaniose e peste), a instituição está ampliando seus estudos sobre Aids, dengue, tuberculose, obesidade, diabetes, hipertensão, alguns tipos de câncer e sobre as doenças cardiovasculares. A integração permanente com os serviços também tem propiciado a produção de reflexões sobre os modelos de saúde implantados no estado e no Brasil e sobre as mudanças nos perfis epidemiológico, nutricional e demográfico da população.


A instituição faz vigorosos estudos visando desenvolver formas mais rápidas e eficazes de diagnosticar doenças infecto-parasitárias e de controlar os vetores daquelas transmitidas por mosquitos, a exemplo da dengue e da filariose. Também passou a trabalhar no desenvolvimento de vacinas de DNA contra a dengue e a leishmaniose, além de tentar aperfeiçoar a vacina já existente contra a febre amarela.


Em 2007, a Fiocruz Pernambuco publicou 62 artigos em revistas científicas indexadas nacionais e internacionais. No ano seguinte, esse número passou para 72 artigos, representando um aumento de 16,13% na sua produção científica. O número de capítulos de livro publicados também aumentou, passando de oito, em 2007, para 31, em 2008. A instituição também conseguiu registrar, nesses dois anos, duas patentes, totalizando o depósito de cinco patentes no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).


Publicado em 15/4/2009.

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