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03/07/2017

Fiocruz planeja agilizar colaboração com instituições chinesas

André Costa (Agência Fiocruz de Notícias)


O diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde da Fiocruz (CDTS), Carlos Morel, defendeu que a parceria entre a Fundação e as instituições chinesas de saúde se desenvolva de modo ágil e eficaz. Segundo ele, uma vez estabelecida uma primeira colaboração como “prova de conceito”, será possível pensar em medidas a longo prazo.

Carlos Morel aposta em parcerias no campo da genômica (Foto: Peter Ilicciev - CCS/Fiocruz)

 

A declaração foi concedida em uma reunião entre dirigentes e pesquisadores chineses do Instituto Genômico de Beijing, do Centro de Controle de Doenças da China (BGI e CDC China, respectivamente, nas siglas em inglês), integrantes de órgãos ligados às ciências nacionais e representantes da Fiocruz realizada no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro, na última quarta-feira (28/6).

“Devemos dar um passo depois do outro. Para começar, podemos instalar uma ou duas máquinas de sequenciamento genético em um de nossos laboratórios, e então evoluir”, disse Morel. “Podemos agir de modo muito rápido. Doamos algum maquinário, algum espaço e verbas para trazer pesquisadores da China. Se começarmos logo, provaremos que podemos trabalhar juntos, e então poderemos expandir a partir daí”, disse Morel.

A reunião foi mais uma atividade da semana de visita da delegação chinesa ao Rio de Janeiro. Pesquisadores dos dois países discutiram possíveis parcerias no campo da genômica, com manifestações mútuas de interesse e admiração.

Segundo o vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Rodrigo Correa, se concretizadas, as parcerias entre a Fiocruz e as instituições chinesas de saúde levarão a cooperação internacional da Fundação a um novo patamar, com impactos na pesquisa nacional em temas como genômica, saúde de grandes populações, mudanças climáticas e doenças emergentes e reemergentes.

“O sistema genômico brasileiro pode se inspirar melhor no que o BGI fez, entender melhor seu modelo de negócios e de desenvolvimento, o que pode levar a novas vacinas, drogas ou apenas a informações úteis no futuro. Eles [do BGI] tomaram uma decisão política bastante forte de investir na área, e hoje competem em nível igual ou superior com os principais institutos do mundo. Até as próprias máquinas são desenvolvidas por eles atualmente”, disse o vice-presidente da Fiocruz.

O coordenador do Centro de Relações Internacionais da Fiocruz, Paulo Buss, enfatizou como um acordo com a China reforça a presença da Fundação no Sul global. “Nossa missão é estarmos presentes na América Latina, nos países lusófonos e no sul global como um todo. Temos muito a contribuir com as instituições chinesas, como uma rede laboratórios e grande proximidade com as escolas nacionais de saúde pública”, disse Buss.

Segundo o representante do CDC chinês, George F Gao, a China tem atuado sob o lema Um mundo, uma saúde (One World, One Health, em inglês) o que demonstra seu compromisso e interesse em desenvolver parcerias internacionais. Segundo o pesquisador, a atuação do país em casos como as epidemias de síndrome respiratória aguda grave (Sars) em 2003 e de ebola em 2014 provam a capacidade do país em exercer papel de liderança na saúde global. “Temos desafios e interesses em comum. Esperamos ter forte colaboração entre a China e o resto do mundo, em especial o Brasil”, afirmou.

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