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03/04/2009

Fiocruz presta homenagem a Charles Darwin na abertura do ano acadêmico de 2009

Paula Lourenço


Nesta segunda-feira (6/4) a Fiocruz abrirá o ano letivo de 2009 com a conferência Charles Darwin e a seleção natural, em homenagem aos 200 anos de nascimento do homem que revolucionou a ciência. A abordagem do tema será feita pelo médico e professor Sergio Pena, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A apresentação ocorrerá às 10 horas, na Tenda do Museu da Vida. “Tivemos a oportunidade de trazer este grande conferencista, para a abertura de nossas atividades acadêmicas, como forma de cultuar a contribuição de Darwin para a compreensão da vida”, detalhou a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Maria do Carmo Leal (Confira abaixo a entrevista que Maria do Carmo Leal concedeu à Agência Fiocruz de Notícias). Pai da biologia moderna, Charles Robert Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809, em Shrewsbury, na Inglaterra. Seu livro A origem das espécies completou 150 anos de publicação.


 A aula inaugural homenageia os 200 anos de nascimento de Charles Darwin e os 150 de publicação de seu livro <EM>A origem das espécies</EM>

A aula inaugural homenageia os 200 anos de nascimento de Charles Darwin e os 150 de publicação de seu livro A origem das espécies


Sergio Danilo Junho Pena é professor-titular do Departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG e diretor científico do Núcleo de Genética Médica de Minas Gerais (Gene). Graduado em medicina em 1970, Pena concluiu doutorado na Universidade de Manitoba, no Canadá, em 1977, e pós-doutorado no Instituto de Pesquisa Médica de Mill Hill, na Inglaterra, em 1978.


Membro da Academia Brasileira de Ciência e da Academy of Sciences of Developing World, Pena tem experiência na área de genética, com ênfase em genética humana e médica. O pesquisador, que já participou de publicações com pesquisadores da Fiocruz, atua principalmente nos temas de diversidade genômica e evolução humana, formação e estrutura da população brasileira e aplicação de testes baseados na PCR para diagnóstico de doenças humanas.


Entrevista: Maria do Carmo Leal, vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz


Desde sua origem, a Fiocruz tem como um dos seus pilares a formação de recursos humanos. Após quase 109 anos de existência, como está a atividade de ensino na Fiocruz?


Maria do Carmo Leal: A atividade de ensino é expressiva nesta instituição e vem crescendo cada vez mais, tanto na oferta de vagas quanto na diversidade temática. Em 2008, tivemos mais de 5 mil alunos nos nossos cursos presenciais, além de outros 4 mil no ensino a distância. O ensino stricto sensu tem 18 programas de mestrado profissional, mestrado acadêmico e doutorado. Com uma média anual de 600 alunos, esses cursos são divididos em quatro grandes áreas: saúde pública, com 350 alunos; biociências, com 150; ciências sociais e humanas, com 55; e pesquisa clínica, com 45.  No ensino lato sensu, temos mais de 3 mil alunos em níveis de especialização, residências médica e multiprofissional, estágio profissional, aperfeiçoamento e atualização. A área de educação profissional, que abrange cursos técnicos de nível básico, médio e de especialização técnica, conta com 1,5 mil estudantes. Já o ensino a distância, que compreende aperfeiçoamento, atualização, nível técnico e especialização, somou, só em 2008, 4.143 matrículas. Nos últimos cinco anos, este segmento matriculou 20 mil pessoas.


Que ambiente de ensino o estudante encontra na Fiocruz?


Maria do Carmo: Nosso ambiente é bastante acolhedor, porque a atividade de ensino é uma marca desta instituição. Oaluno é recepcionado com uma celebração que marca o início do ano letivo; recebe um guia do estudante, com mapa da Fiocruz e informações importantes para sua vida acadêmica; além de um catálogo com os 200 cursos e 500 disciplinas oferecidos pela Fundação. Se o aluno tiver tempo, pode, inclusive, guiar-se por este catálogo para se inscrever em disciplinas destes cursos como aluno externo. O estudante da Fiocruz também conta com uma infraestrutura de qualidade, corpo docente bastante capacitado, inscrição de e-mail que lhe dá acesso a periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) de forma gratuita, e usufrui o acervo das bibliotecas do campus de Manguinhos e de outras unidades.


Existe um diferencial no ensino da Fiocruz em relação às universidades?


Maria do Carmo: Não diria que temos um diferencial. O que podemos dizer é que a Fiocruz é devotada para a ciência e a tecnologia em saúde, o que a transforma numa “universidade da saúde”. Quem quiser estudar saúde encontrará uma diversidade enorme de temas na Fundação, indo da biologia às ciências sociais e humanas voltadas para a saúde.


A senhora está à frente da Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação há cinco anos. Que desafios teremos para o ensino da Fiocruz na gestão do presidente Paulo Gadelha?



Maria do Carmo:
 Para este ano e para a toda gestão de Paulo Gadelha (2009-2012) teremos como objetivo aumentar a qualidade dos nossos cursos, sobretudo da pós-graduação stricto sensu. Conseguimos, em cinco anos, dobrar o número de programas de mestrado e doutorado com conceito 6 junto à Capes, de dois para quatro. Esses quatro programas, que significam 33% dos 18 existentes, possuem padrão internacional, mas vamos tentar elevá-los para a nota máxima, que é 7, nas próximas avaliações da Capes, bem como ampliar o número de programas com a nota 6. Também trabalharemos para que nossos estudantes, sobretudo de doutorado, tenham a oportunidade de fazer estágio em outras universidades brasileiras e no exterior, algo que podemos pensar até pelo nível de maturidade dos nossos programas. Este sistema de intercâmbio se daria com a vinda de estudantes de outras instituições, do país ou internacionais, para a Fiocruz. A ideia é que estabeleçamos isso por meio de parcerias com universidades de língua portuguesa e hispânica.


Publicado em 3/4/2009.

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