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30/11/2016

Fiocruz promove 2º Seminário Dengue, Chikungunya e Zika

Regina Castro (CCS/Fiocruz)


Em 21 de dezembro começa o verão e, junto com a estação, o desafio de o país   enfrentar uma epidemia de chikungunya. Além dos problemas de incapacitação, a doença vem preocupando os especialistas pela mortalidade. Para debater esse cenário e os diferentes aspectos do problema nas áreas de diagnóstico, prevenção e tratamento, a Fiocruz promove nos dias 1° e 2 de dezembro, o 2 º Seminário Dengue, Chikungunya e Zika: Desafios na Atenção à Saúde na Chikungunya, no auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz). O encontro tem ainda como objetivo discutir uma proposta para capacitação de profissionais da área de saúde na abordagem dessas três doenças.  

 

Segundo o Ministério da Saúde, até o momento, foram registrados no Brasil 251.051 casos suspeitos de febre chikungunya, sendo 134.910 confirmados. No mesmo período no ano passado, eram 26.763 casos suspeitos e 8.528 confirmados, ou seja, um aumento de 89,34% de casos suspeitos e 1.581,96% de casos confirmados.

Atualmente, 2.281 municípios brasileiros já registraram casos da doença. Entre os principais desafios das áreas científica e médica para o enfretamento da zika, dengue e chilkungunya, estão o aporte de recursos e infraestrutura para as pesquisas e a qualificação de profissionais para a realização de diagnóstico e tratamento.

No encontro, que reunirá os maiores especialistas do país na área, serão debatidos temas como A situação epidemiológica da chikungunya nas Américas, no Brasil e no Estado do Rio, a Tríplice epidemia: o desafio na atenção à saúde e Avanços e lacunas no diagnóstico laboratorial das arboviroses. Confira a programação completa.

Epidemia

Segundo o diretor da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio, a tendência é que as localidades que tiveram epidemia de zika entre 2014 e 2015 não apresentem grandes epidemias no verão de 2016 para 2017. A expectativa maior é em relação as regiões em que os vírus zika e chikungunya até o momento não circularam de forma intensa.

“Essas epidemias criam uma barreira em pessoas com anticorpos ao vírus. Assim, em tese, nos locais onde já ocorreram epidemias não haverá episódios tão graves quanto os anteriores”, afirmou Rivaldo. “A base para essas epidemias é a conjugação de diversos fatores, tais como as chuvas que teremos no verão, a elevação de temperatura, a dificuldade de recolhimento de resíduos sólidos e o abastecimento irregular de água em algumas regiões do país. Tudo isso contribui para que os focos de procriação e a intensidade e rapidez de multiplicação do mosquito ocorram”.

Recém-nascidos

O especialista destacou ainda a necessidade que a área científica em adquirir mais conhecimentos sobre os diversos aspectos relacionados à zika e à chikungunya, muitos deles ainda desconhecidos pelos profissionais de saúde. Em relação à doença, descobriu-se, por exemplo, que recém-nascidos podem adquirir chikungunya da mãe nos últimos dias da gestação: cerca de 50% desses bebês costumam adquirir a chikungunya em formas graves.

“Mas o problema maior é para pessoas idosas e portadoras de alguma doença de base, de problema cardíaco ou renal. Estamos observando também no Brasil um perfil adicional de pessoas morrendo na faixa de 20 a 30 anos, sem história alguma de doença de base. Não temos explicações ainda. Estão sendo feitos levantamentos. Algumas observações mostram que boa parte desses jovens morre de insuficiência renal aguda, embora não tivessem anteriormente relatado doença renal”, informa.

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