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08/06/2013

Fiocruz promove festa da vacinação em Manguinhos

Danielle Monteiro e Ricardo Valverde


A 20ª edição do Fiocruz pra Você, que faz parte da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, levou milhares de pessoas ao campus da Fundação, em Manguinhos, neste sábado (8/6). Durante todo o dia, das 8h às 17h, pais e responsáveis que trouxeram suas crianças para receber o imunizante se divertiram juntos, com shows de música, dança e teatro, fizeram oficinas de desenho, pintura e malabares, receberam orientações sobre prevenção de doenças e promoção da saúde e conheceram o trabalho desenvolvido na Fiocruz. Para o presidente da instituição, Paulo Gadelha, o Fiocruz pra Você simboliza a capacidade da Fundação de se mobilizar em torno de iniciativas em favor da saúde pública e renova o compromisso social com a população. “Eventos como este reforçam o orgulho de ser Fiocruz”, afirmou. Ao final do dia, 1.517 crianças receberam o imunizante, o que mais uma vez fez da Fundação o maior posto de vacinação do Brasil.

O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, aplicando uma das primeiras gotinhas do dia. Foto: Peter Ilicciev

 

Um dos convidados ilustres foi o ex-jogador de vôlei de quadra e de praia Nalbert Bittencourt – um dos dois únicos jogadores na história do esporte mundial que acumulam o título de campeão do mundo em três categorias: infanto-juvenil, juvenil e adulto. Muito sorridente e simpático, o ex-jogador, que hoje é embaixador esportivo do Banco do Brasil disse que sua primeira vez na Fiocruz foi especial porque, quando garoto, viu um filme do grupo Os Trapalhões que tinha algumas cenas em um castelo. “Na época, quando eu passava pela Avenida Brasil achava que os atores tinham feito o filme no Castelo da Fiocruz. É muito bom estar aqui e conhecer o importante trabalho feito por esta instituição em favor da saúde dos brasileiros”. Também esteve presente ao evento o subsecretário de Atenção Primária, Vigilância e Promoção da Saúde da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Daniel Soranz. Dentre as crianças ilustres, os atores-mirins Mc Nicolas, de 9 anos, que atuou na novela Cheias de charme da TV Globo, e Luigi Montez, também de 9 anos, que atualmente faz o programa de culinária Tem criança na cozinha do Canal Gloob, visitaram os diversos estandes do evento.

O palhaço Dudu e o ex-jogador de vôlei Nalbert Bittencourt no Fiocruz pra Você. Foto: Peter Ilicciev

 

Estandes explicam, informam e divertem

Às 8h, abrindo as muitas atividades que seriam realizadas ao longo do dia, em quiosques instalados nas praças da Fundação, servidores de diversas unidades começaram a prestar serviços de orientação e promoção da saúde. No estande da Cronobiologia, as crianças aprendiam sobre o relógio biológico humano e a influência da hora e do tempo sobre o corpo. Ao lado, no Olho Vivo no Barbeiro, voluntários apresentavam os insetos transmissores da doença de Chagas e as espécies semelhantes, mostrando também o ciclo da enfermidade, chamando ainda a atenção para os grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo, as Olimpíadas e a Jornada Mundial da Juventude, que trarão multidões ao Rio de Janeiro – e possivelmente também doenças. Outro quiosque demonstrava, por meio de uma minuciosa maquete, o ciclo de transmissão da febre amarela.

Crianças aprendem como escovar bem os dentes em um dos estandes do evento. Foto: Peter Ilicciev

 

No estande das coleções entomológicas estiveram expostos insetos variados, como besouros, bichos-pau, borboletas, mariposas e outros. O zoólogo Marcio Felix, um dos curadores das coleções, disse que as crianças se impressionam com o tamanho e a coloração de alguns dos espécimes e sempre perguntam: “são de verdade?”. A importância médica de certos insetos, como o barbeiro e o Aedes aegypti, que estão associados a doenças ou acidentes como queimaduras, irritações e alergias, também foi destaca no estande. E houve também um espaço para aqueles que “parecem mas não são”, como aranhas, opiliões e escorpiões, que não são insetos.

No estande das coleções entomológicas estiveram expostos insetos variados, como besouros, bichos-pau, borboletas, mariposas e outros. Foto: Peter Ilicciev

 

Em alguns estandes, as informações eram transmitidas por meio de brincadeiras como quebra-cabeças, jogo da memória, jogo da forca e pescaria. Em outros, mais voluntários apresentavam e davam informações sobre caramujos e o ciclo da esquistossomose, o uso correto de medicamentos, Aids, fisioterapia e avaliação motora, saúde da mulher, bancos de leite humano, doenças raras como a osteogênesis imperfecta e higiene bucal e ministravam oficinas de pipa, malabares, desenho e pintura. Ao longo de todo o evento, jovens distribuíam abraços e a Cedae servia copinhos d’água.

Novidades no evento

A tenda da brigada de Contingência do Serviço de Segurança da Dirac (Diretoria de Administração do Campus) reuniu pessoas de todas as idades curiosas para conhecer um pouco do trabalho dos bombeiros da Fundação. A brigada da Fiocruz, que pela primeira vez participa do evento, é composta por profissionais civis e técnicos de segurança e do trabalho e atende a diversos tipos de emergência além de casos de incêndio como vazamento de produtos químicos e pessoas que necessitam de socorro. A ideia foi expor às pessoas como proceder em situações de emergência em casos além de incêndio, como exposição de produtos inflamáveis na cozinha, entre outros riscos domésticos, explicou o gestor da brigada Ednilson Humelino: “Nosso objetivo é desenvolver nos visitantes a cultura da prevenção de combate a incêndios e como tratar a segurança de maneira preventiva. A proposta é prevenir antes de remediar”.

No local, os visitantes conheceram alguns equipamentos de combate, entre eles os extintores utilizados em cada classe de incêndio, e como eles são utilizados. Com um sistema que lança água a uma distância de 15m, a mochila costal, equipamento utilizado no combate a incêndios em florestas, foi um dos equipamentos que mais chamou a atenção dos visitantes. “As pessoas ficaram bem sensibilizadas, pois ensinamos a elas como utilizar os equipamentos na prática”, contou Humelino. Equipamentos de proteção individual, sinalização de segurança e sistemas de combate como hidrantes, mangueiras e canhão de incêndio foram alguns dos objetos expostos no local. Outra grande atenção da festa foi a tirolesa, um dos sistemas de resgate a altura usados pelos bombeiros que, durante o evento, foi montado somente para uso da criançada. Gabriel de Andrade, de 10 anos de idade, foi um dos pequenos a experimentar a tática utilizada pelos profissionais. “Foi muito divertido andar na tirolesa. É importante esse tipo de atividade, pois mostra como os bombeiros são heróis e salvam vidas”, contou ele. Também foi apresentado aos visitantes um vídeo de animação educativo de prevenção de acidentes e de segurança doméstica e do trabalho.

Zé Gotinha

Entre as centenas de servidores da Fiocruz que trabalharam voluntariamente no evento estava o técnico em liofilização (uma das etapas da produção de vacinas) Anselmo Marques de Oliveira, de 44 anos, que pela quarta vez consecutiva vestiu a fantasia de Zé Gotinha. Há 15 anos na Fundação – entrou para fazer um curso técnico em biologia parasitária e depois se tornou um profissional da instituição –, Oliveira é um fã de super-heróis e da banda Kiss que nos dias de Fiocruz pra Você realiza o desejo de vestir uma fantasia e ser ídolo da garotada. Mas não apenas das crianças. “Há casos em que pais e mães ficam mais entusiasmados com o Zé Gotinha do que os filhos. E ainda há pouco vivi um momento especial, quando uma senhora bem idosa pediu para tirar uma foto com o personagem. Ela disse que sempre quis fazer isso”, relatou Oliveira, que antes de incorporar o personagem era um dos ajudantes que auxiliam o Zé Gotinha, que tem a visão diminuída devido à fantasia, a andar sem risco de cair ou tropeçar em alguma criança. Ou seja, foi promovido.

Anselmo Marques de Oliveira, de 44 anos, que pela quarta vez consecutiva vestiu a fantasia de Zé Gotinha. Foto: Peter Ilicciev

 

Para o homem que anualmente dá vida ao Zé Gotinha, a recompensa é imensa. “É indescritível a emoção. Apesar de ficar dentro dessa fantasia pesada e quente e de no fim do dia ter dores lombares, é muito bom alegrar a criançada. Tanto que, quando acaba, fico angustiado e torcendo para chegar logo o evento do ano seguinte”, contou. Mas a maior emoção nestes quatro anos como o personagem ocorreu em 2010, quando a filha dele, que na época tinha 2 anos, veio tomar a vacina e ao encontrar o pai o reconheceu dentro da fantasia. Este ano ele contou com o apoio, como ajudantes, de Ana Adiala e Paulo Dick, também servidores do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz) e estreantes na função. A unidade é responsável pela produção de vacinas.

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