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07/10/2022

Fiocruz promove oficina de audiovisual para lideranças de favelas do Rio

Plano de Enfrentamento a Covid-19 da Fiocruz


Com o objetivo de contribuir para a criação de memória e a comunicação de movimentos sociais que atuam na promoção da saúde em favelas do Rio de Janeiro, a equipe do Plano de Enfrentamento a Covid-19 da Fiocruz realizou, na última quarta-feira (5/10), uma oficina de audiovisual para cerca de 40 lideranças comunitárias. A Oficina Memória e Produção Audiovisual - 54 x Favela teve o conteúdo elaborado por profissionais da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz, e abordou temas práticos sobre a criação e divulgação de vídeos no ambiente digital, além assuntos relacionados à narrativa das diferentes produções.

Oficina de audiovisual contou com cerca de 40 lideranças comunitárias (foto: Divulgação)

 

A oficina apresentou um panorama do contexto atual da criação e divulgação de vídeos, com dicas práticas de edição e direção de fotografia. Documentarista e editor executivo do Selo Fiocruz Vídeo (VideoSaúde), Wagner Oliveira explicou que o conteúdo foi planejado para que os criadores atuem como multiplicadores da ideia de comunicação como algo estruturante e força da memória social de seus territórios. Também participaram da oficina Paulo Lara, produtor audiovisual e diretor de fotografia da VideoSaúde; Gislaine Lima, editora VideoSaúde; e Claudia Lima, coordenadora de distribuição da VideoSaúde.

"A Oficina cumpriu uma diretriz saída de grupo de trabalho formado por pessoas que atuam nos projetos do edital de enfrentamento à Covid-19: ampliação de ofertas de capacitação, treinamento e de diferentes formas dos próprios coletivos e territórios produzirem conteúdos comunicacionais sobre seus saberes, práticas e memorias. Cada um dos projetos apoiados apresenta uma inovação social, traz contribuições para o campo da saúde, está repleto de histórias pessoais e coletivas ricas, ilumina novos caminhos. Para a Fiocruz, reafirmamos compromisso com uma comunicação publica, dialógica e formulada coletivamente", avalia Wagner Oliveira.

As lideranças comunitárias que participaram da oficina integram os projetos aprovados na Chamada Pública para Apoio a Ações Emergenciais de Enfrentamento à Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro, realizada pela Fiocruz com financiamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). 

Metodologias práticas e construção de memória

Representante do projeto Pra Hoje, que atua nas favelas da Nova Aliança, Mangueira e Vila Moreti, Fabiane Fernando considerou o conteúdo prático da oficina determinante para a produção dos vídeos que planeja fazer nas comunidades. “Para o nosso projeto essa oficina foi um divisor de águas, porque estamos com o pensamento do quanto é importante melhorarmos sempre a nossa comunicação com as pessoas de dentro e de fora da comunidade, mas com dificuldades de avançar nisso. O conteúdo sobre posicionamento da câmera, enquadramento e ritmo de gravação, vai nos ajudar muito a darmos início ao aperfeiçoamento deste processo”, pontua Fabiane.

O conteúdo teórico, sobre a construção da memória coletiva através do audiovisual, foi um dos pontos relevantes da oficina para Priscila Barbosa, do Observatório de Favelas, que atua no Complexo da Maré. “Falar sobre comunicação popular é muito importante, principalmente porque quando falamos dos pontos que foram trazidos aqui na oficina, a gente amplia a dimensão do quanto é importante trazermos a nossa história para além da oralidade e também registrar essa oralidade. Isso é algo que pode mudar gerações, através da percepção do que precisamos investir para superar questões que as gerações anteriores passaram e a nossa geração enfrenta. Falarmos sobre memória é também falarmos sobre garantia de direitos, sobre o precisamos passar para criarmos estratégias”, destaca Priscila. 

O coordenador executivo do Plano de Enfrentamento à Covid-19 nas favelas da Fiocruz, Richarlls Martins, considera a oficina um canal importante para o aprimoramento da comunicação entre os diversos agentes comunitários. “Esta oficina possibilitou ampliar as ferramentas técnicas das organizações sociais para atuação no campo da comunicação em saúde de base territorial nos territórios de favela. O público alvo consistiu de organizações com as quais a Fiocruz atua em parceira por meio de Chamada Público no marco do Plano Fiocruz de Enfrentamento à Covid-19 nas Favelas do Rio de Janeiro", avalia Richarlls. "Ampliar as capacidades de comunicação da sociedade civil é uma ação estratégica para a promoção da saúde, que objetiva auxiliar na incorporação de inovações e tecnologias sociais em saúde para fortalecimento do [Sistema Único de Saúde] SUS. O diálogo e trocas mútuas com os atores sociais que produzem e difundem conteúdos nas  favelas, sobre as favelas e com as favelas possibilitam ampliar modelos de participação social nas ações de saúde”.

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