30/11/2016
Glauber Queiroz (Direh/Fiocruz), Raíza Tourinho e André Bezerra (Icict/Fiocruz)
Fim de semana também é momento para se pensar e produzir inovação tecnológica em saúde. O primeiro Hackathon em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) começou na manhã de sábado (26) e só terminou no fim da tarde de domingo (27/11). Promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o evento técnico-científico consistiu na reunião de equipes de programadores que competiram para o desenvolvimento de soluções tecnológicas baseadas em temas propostos pela organização.
O auditório do Museu da Vida, em Manguinhos (RJ), recebeu a primeira edição do evento (Foto: Érika Gouveia/VideoSaúde)O desafio proposto pelo Hackathon em Saúde gerou aplicativos móveis – em formato app ou game – para seis iniciativas institucionais: Rede Global de Bancos de Leite Humano; Monitoramento e controle de vetores; NBCAL; Circuito Saudável; Acesso Aberto e Museu da Vida. Foram sessenta participantes dos mais diversos perfis: estudantes e profissionais das áreas de design, programação, desenvolvimento, gestão de pessoas e saúde, divididos em 13 equipes.
As boas-vindas aos participantes foram feitas pelo presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, e pelo diretor do Icict/Fiocruz, Umberto Trigueiros, que destacou os desafios para organizar um evento desse porte, que já existe na área das ciências tecnológicas, mas é bastante novo no campo da saúde. “Nossa missão é trabalhar a questão da saúde de todas as maneiras, das mais complexas nas bancadas laboratoriais, até no campo da informação. E vocês podem nos ajudar muito nisso”, avisou.
O presidente Paulo Gadelha exaltou a iniciativa, ressaltando a característica inovadora da Fiocruz. “A nossa maneira de pensar é manter sempre muita curiosidade e capacidade de perceber o novo e estar se reinventando. A Fiocruz tem muito a ganhar com essa experiência”, apontou. Gadelha falou ainda sobre a importância da interface entre a saúde e a tecnologia, citando exemplos dessa interação, como a engenharia genética e a nanotecnologia.
Antes do início da competição, Gadelha garantiu a intenção de realizar novas edições do evento nos próximos anos. “Esse vai ser o primeiro de muitos Hackathons. Para a Fiocruz, é muito legal vocês estarem aqui. Vocês estão acostumados com esse ambiente, mas para nós, estão inaugurando um momento novo nessa instituição e com certeza temos muito a aprender com vocês”, encerrou.
Sorteio dos temas
Os desafios foram apresentados por seus respectivos responsáveis, que forneceram um panorama geral sobre cada tema e listaram objetivos e recomendações aos participantes. Jonas Borges apresentou as demandas do Banco de Leite Humano e sugeriu um app para melhorar a interação entre o banco e as doadoras. Héliton Barros expôs o desafio do Museu da Vida, na forma de um game que incentive as pessoas a visitarem as atrações culturais da Fiocruz no Campus, em Manguinhos. Cristiano Boccolini apresentou a questão da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de 1ª Infância (NBCAL) e explicou como ela pode auxiliar na fiscalização de irregularidades, focando no comércio e publicidade dos alimentos.
No segundo bloco de apresentações, Wanessa Natividade apesentou dados que evidenciam os problemas de obesidade que o Brasil tem vivenciado, inclusive entre jovens, e trouxe a proposta de um game para uma iniciativa institucional da Fiocruz, que é o Circuito Saudável, capaz de gerar consciência para a educação nutricional. Ana Maranhão abordou a importância de ampliar o acesso a publicações científicas e os desafios de tal prática, propondo também um game que desperte essa consciência em pesquisadores e demais atores da academia. Por fim, Marcelo Gomes apresentou problemas decorrentes da falta de controle de vetores para doenças, como o Aedes aegypti, e defendeu um app capaz de auxiliar no reconhecimento, monitoramento e controle de vetores.
Após a apresentação, o representante da IBM Felipe Dornelas apresentou a tecnologia do bluemix, que auxiliou os desenvolvedores com ferramentas de computação em nuvem e algoritmos. As equipes sortearem os temas que trabalhariam em cada modalidade, totalizando oito equipes para games e seis para app. Após as definições, os grupos se organizaram, receberam os briefings das equipes responsáveis pelos desafios e iniciaram a maratona de 25 horas de programação.
Desafio do Museu da Vida agitou atrações culturais
As equipes que ficaram com o desafio de desenvolvimento de game para o Museu da Vida – Mana, Chroma e So+Vt (sovete) – deram um passeio de trenzinho pelo Campus, para que pudessem conhecer as instalações e atividades. O tour começou pela Estação do Trenzinho, onde visualizaram a maquete da instituição. O roteiro incluiu também o Castelo, a Tenda da Ciência em Cena e o Borboletário.
Gabriel Paulino, 22 anos, estudante de Análise de Desenvolvimento de Sistemas e Jogos que integrou a equipe Mana, aprovou a atividade. “Só olhando daqui não dava para ter dimensão exata de tudo que tem aqui no campus”. “Somos o último grande aparelho cultural da Zona Norte, então temos grande responsabilidade e nosso objetivo é motivar as pessoas a visitarem esse espaço que é incrível”, ressaltou Héliton Barros, da equipe do museu.
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