Agência Fiocruz de Notícias

O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Marco Antonio Raupp, elegeu projeto da Fiocruz, que contempla, entre outros, a construção do Complexo Tecnológico em Saúde no estado de Rondônia, como prioritário para a execução do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) na Amazônia. O fundo, que chega a R$ 4,5 bilhões, será utilizado em todo o Brasil. “A promessa da presidenta Dilma é de não ter contingenciamento do FNDCT. Ela é muito exigente e gosta de ver resultados. Vamos elaborar boas propostas para executar pelo Fundo. A prioridade é a Amazônia porque, sem fomentar essa região, o país não se desenvolve”, disse.

Na tarde do dia 24 de outubro, Raupp conheceu a unidade da Fiocruz em Rondônia e se reuniu com o diretor da instituição, Rodrigo Stabeli, o vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Rondônia e diretor do Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais de Rondônia (Ipepatro), Luiz Hildebrando da Silva, e com a vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Claude Pirmez, que representou o presidente Paulo Gadelha. “Vejo a Fiocruz em Rondônia como uma semente, um núcleo completo. A gente tem condições de, a partir daqui, alcançar o desenvolvimento esperado. Vocês estão em primeiro lugar. Pensem em quanto vão precisar e apresentem a proposta ainda para o final do ano, início de 2013”, afirmou o ministro, que convocou Rodrigo para uma reunião na próxima segunda-feira (29/10), em Manaus, com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti), para discutir o Plano Regional de CT&I para a Região Norte. 

Stabeli defendeu que a política de ciência, tecnologia e inovação, voltada principalmente para a redução das iniquidades sociais, deve ser estruturada levando em consideração as diversidades culturais, biológicas, econômicas, sociais, entre outros indicadores, de cada microrregião da Amazônia. “Pensar em uma política transversal para todos os estados da Amazônia não é o caminho, pois contribuirá para fortalecer ainda mais as assimetrias regionais”.

Visita ao Centro de Estudos de Biomoléculas Aplicadas à Saúde da Fiocruz

Acompanhado pela equipe da Fiocruz, pela comitiva do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) e pelo senador em exercício Tomás Correia (PMDB-RO), o ministro seguiu para a Universidade Federal de Rondônia (Unir), onde foi recebido pela reitora Berenice Tourinho, e conheceu o Centro de Estudos de Biomoléculas Aplicadas à Saúde (Cebio) da Fiocruz – um dos únicos laboratórios da América Latina com a mais alta tecnologia utilizada pela indústria farmacêutica para a descoberta de novas drogas para pesquisa no âmbito do SUS e sobre doenças negligenciadas - e o Laboratório de Ictiofauna e Biologia da Unir.

Tourinho entregou um documento com projetos e pediu o apoio do ministro. “Essa é a nossa contribuição inicial, queremos muito mais”, disse a reitora, que ressaltou a importância de se ter uma unidade da Fiocruz parceira da Universidade: “a Fiocruz Rondônia representa a segurança que precisamos para investigar todos os aspectos de saúde da Região Amazônica. Nós cedemos um terreno para a nova sede, em um pacto de 20 anos renováveis, porque entendemos que essa parceria é vital para o desenvolvimento da pesquisa científica na Universidade, e para a entrada de novas tecnologias que oportuniza o desenvolvimento científico, econômico e social do nosso estado”.  

Palácio do governo

Junto com o ministro, o diretor da Fiocruz Rondônia seguiu para o Palácio do Governo, para um encontro com o governador do Estado, Confúcio Moura. Entre outros temas, foi abordada a importância do investimento em Ciência e Tecnologia em Rondônia. Raupp pediu aos representantes da Fundação de Apoio à Pesquisa de Rondônia (FAP/RO), do Sebrae e da Embrapa para elaborarem propostas prioritárias para a execução do FNDCT na Região Amazônica. “Vocês estão pegando uma época excelente do país, de poder implantar tecnologias em suas atividades econômicas em um momento em que o Brasil está realmente preocupado com isso”, alertou.

O governador reconheceu que, quando se investe em ciência e tecnologia, há um salto evolutivo de crescimento. Moura afirmou ainda que a necessidade do estado é de investimento na agricultura familiar, já que muitos alimentos são importados, como tomate, repolho, beterraba e cenoura. “Precisamos combater o déficit interno com o auxilio de C&T”. O governador elogiou ainda o trabalho da Fiocruz Rondônia, e ressaltou o protagonismo do vice-diretor de pesquisa da instituição, Luiz Hildebrando da Silva. “Ele nos orienta, é o nosso pioneiro e o nosso orgulho”, concluiu.



Publicado em 26/10/2012.