Agência Fiocruz de Notícias

A Fiocruz sediará a próxima Reunião Anual da Rede Pasteur (PNAM, na sigla em inglês), uma vasta comunidade científica com mais de 30 membros em mais de 20 países da qual a Fundação participa desde 2009 e tornou-se membro oficial em 2015. O anúncio foi feito durante a edição deste ano, que ocorreu em Túnis, na Tunísia, entre os dias 19 e 21 de novembro, e teve entre os temas principais doenças infecciosas e preparação para pandemias com foco na crise climática e seus efeitos.  

Na edição deste ano, além de representantes de todos os membros da rede, também participaram da reunião profissionais de outras instituições e organizações científicas e de saúde pública, da sociedade civil e de fundações filantrópicas. Vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz, Maria de Lourdes Aguiar Oliveira participou da reunião em Túnis, representando o presidente da Fiocruz, Mario Moreira. Oliveira participou de um painel sobre como a Rede Pasteur pode se preparar para epidemias e pandemias com ênfase na crise climática e às doenças infecciosas sensíveis ao clima. 

Oliveira fez uma apresentação da Fundação, destacando suas capacidades nas áreas de pesquisa, desenvolvimento tecnológico, produção e inovação. “Somos capazes de responder de forma rápida a uma emergência, temos estrutura, pesquisa e a possibilidade de produzir. Semanas após o primeiro caso de infecção por Sars-CoV-2 no país, já estávamos produzindo reagentes para distribuir para todo o Brasil”, lembrou. “A Fiocruz é composta por 16 unidades técnico-científicas e escritórios que atendem a missão institucional de apoio ao Sistema Único de Saúde. Enquanto o maior produtor público em Saúde no Brasil, não produzimos visando lucro, mas a nossa população. Esse é um elemento muito importante para evitar a inequidade no acesso a vacinas”.

Oliveira então lembrou as desigualdades globais de abastecimento na pandemia de Covid-19, com países pobres tendo menos acesso a kits de diagnóstico e vacinas. Nesse sentido, ela ressaltou que é preciso uma soma de esforços para uma resposta sustentável e eficaz. “Não é necessário que todas as etapas de produção (de vacinas, medicamentos e diagnóstico) sejam concentrados em uma única instituição; podemos fazer isso juntos, cada um com sua capacidade. Espero que, ao final dessa reunião, possamos mapear quem já está fazendo o quê, quem está trabalhando junto e como vamos montar uma agenda conjunta”, disse. 

Lourdes ressaltou ainda colaborações recentes da Fiocruz nesta área de vigilância e preparação para pandemias, como o convite para fazer parte do hub para Inteligência Pandêmica e Epidêmica da Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede em Berlim, e o hub para vacina de mRNA.  

Sessões de soluções 

O encontro anual da Rede Pasteur é uma possibilidade de fortalecer a relação entre os membros da comunidade científica, de trocar conhecimento e prospectar cooperações. Por isso, além das apresentações e das mesas redondas previstas na programação, a reunião também teve “sessões de soluções” sobre os eixos estratégicos da rede, como reforçar a inteligência e a preparação para epidemias com foco específico na sensibilidade climática; apoiar o ecossistema de investigação, desenvolvimento e inovação em diagnósticos críticos, vacinas e terapêuticas; criação de comunidades de conhecimento multidisciplinares; e colaboração equitativa e sustentabilidade.

Rede Pasteur

A Rede Pasteur é uma vasta comunidade científica. Localizada em áreas endêmicas, a rede tem acesso a um grande número de patógenos que monitora e estuda nos cinco continentes onde está presente. Essa diversidade torna a Rede Pasteur um ator global em saúde pública, ciência, inovação e educação, especialmente na luta contra doenças infecciosas.