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01/07/2010

Fundação forma segunda turma de Oficina de Projetos Comunitários

Renata Moehlecke


Após dez aulas que mesclaram teoria com exercícios dinâmicos de criação, chegou ao fim o curso anual gratuito oferecido pelo Programa de Desenvolvimento em Gestão Social da Diretoria de Administração (Dirad/Fiocruz), que apresentou aos 30 agentes sociais participantes os fatores fundamentais para a elaboração de projetos comunitários. Ao longo da oficina, que durou cerca de dois meses, os alunos, divididos em grupos, desenvolveram seis projetos a serem aplicados em diferentes comunidades.


 A fórmula utilizada na elaboração dos projetos criados no curso pode ser adaptada às necessidades de diferentes comunidades e os participantes da oficina se tornam multiplicadores de conhecimento 

 A fórmula utilizada na elaboração dos projetos criados no curso pode ser adaptada às necessidades de diferentes comunidades e os participantes da oficina se tornam multiplicadores de conhecimento 


“Muitas vezes, um projeto voltado para uma comunidade não sai do papel, não porque as pessoas envolvidas não são capazes de efetuá-lo, mas porque elas não estão habituadas as técnicas ou metodologias necessárias para produzir um projeto que sirva como um bom cartão de visita para um financiador”, explica a coordenadora do curso, Patrícia Nassif. “Tentamos mostrar para os alunos que um projeto é sempre fruto de um consenso em prol da comunidade e que depende de diversas redes sociais e parcerias para que não fique engavetado”.


Este ano, o curso, voltado, a princípio, para agentes sociais moradores do Complexo de Manguinhos, contou com a participação de residentes de outras localidades, como Bonsucesso, Cascadura, Realengo, Campo Grande, Duque de Caxias, Magé e Nova Iguaçu. “A procura pela Oficina foi bem grande e, dessa vez, ela teve um cunho intermunicipal que foi bastante interessante”, comenta Patrícia.


A coordenadora destaca que existem diversas metodologias que podem ser aplicadas, mas que optou, como base para a oficina, pelas descritas no livro de Helenice Feijó, servidora na área de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Comissão Nacional de Energia Nuclear. “Existem vários caminhos para a concepção de projetos comunitários que não são tão distantes da nossa realidade, mas em todos eles a educação, o processo de troca de conhecimento é muito importante: sem ela a gente não sai do lugar” afirmou Helenice na cerimônia de encerramento. “O projeto não para por aqui, a elaboração é só o começo”.


O coordenador de Projetos Sociais da Presidência da Fiocruz, José Leonídio Santos, também esteve presente no evento. “Os poderes público e privado têm muita tecnologia, capacidade técnica as quais a população mais pobre não tem acesso”, destacou José Leonídio. “Recursos não faltam, mas sim sua otimização a partir da capacitação dessas pessoas, ou seja, de uma melhor distribuição do conhecimento. Oficinas como essa são importantes para darmos cada vez mais passos em direção a melhorias”.


A coordenadora Patrícia ainda complementa que a fórmula utilizada na elaboração dos projetos criados durante o curso pode ser adaptada às necessidades de diferentes comunidades e que os participantes da oficina, que são moradores destas, se tornam agentes multiplicadores de conhecimento. Um exemplo disso é o projeto Nunca é Cedo para Aprender sobre Tuberculose, voltado para crianças de 6 a 12 anos que são estudantes de um colégio de Realengo. O trabalho foi desenvolvido por uma das alunas da oficina e recebeu aprovação para financiamento. “A sensação de ter o primeiro trabalho derivado do aprendizado na oficina aprovado é de extrema gratificação”, diz a responsável pelo projeto Eliana Lima.


Durante a cerimônia de encerramento, os seis projetos desenvolvidos pelos participantes também foram apresentados para seus convidados e futuros parceiros. Além das apresentações feitas, os projetos também foram enviados para representantes de outras instituições em busca de financiamento, como por exemplo, a Casa da Moeda. Os interessados em participar da próxima turma da Oficina de Elaboração de Projetos Comunitários da Dirad/Fiocruz, em 2011, podem mandar e-mail para srhdirad@fiocruz.br solicitando inscrição.


Conheça os projetos desenvolvidos na oficina


Voltado para o município de Duque de Caxias, o projeto Mudando Vidas visa atender mulheres vítimas de violência doméstica. A intenção é acolher essas mulheres, conscientizá-las em relação aos problemas inerentes à violência familiar e oferecer meios que elas possam se sustentar, a partir de oficinas de artesanato e confeitaria. Já o projeto Ecoponto: Resíduo Sustentável objetiva estimular a organização dos catadores de materiais recicláveis que atuam no lixão do município de Magé. Com base em uma cooperativa, esses catadores podem substituir o degradante modelo de trabalho realizado no lixão pela coleta seletiva, valorizando sua atividade profissional a fim de alcançar melhores condições de vida.


O projeto Somar Jovem – Som e Arte têm como intenção oferecer acesso direto à cultura e a arte para jovens de 15 a 20 anos moradores de uma das comunidades do Complexo de Manguinhos. Oficinas promoveriam a prática de instrumentos musicais de percussão e corda. Com o intuito de oferecer cursos profissionalizantes na área de informática, o projeto Conhecimento Digital visa auxiliar jovens e adultos expostos aos riscos sociais em Realengo. Criando para o Futuro pretende disponibilizar atendimento de creche e reforço escolar para alunos de famílias de baixa renda do bairro de Higienópolis. Cerca de 500 crianças e adolescentes serão os beneficiários do projeto. Além disso, o projeto Fubá no Esporte ambiciona que jovens de 7 a 17 anos de uma comunidade do bairro de Cascadura tenham acesso a práticas esportivas como forma de reduzir a lacuna entre a oferta de educação e o desenvolvimento profissional e social.


Publicado em 30/6/2010.

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