Agência Fiocruz de Notícias

A Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) levará seu mestrado em saúde pública e meio ambiente (SPMA) ao Nordeste. A iniciativa faz parte do Programa de Mestrado Interinstitucional (Minter) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Por meio desse programa, a escola atuará como instituição promotora na formação de 19 mestres no Maranhão. A participação da Ensp pretende fortalecer o quadro de recursos humanos na região e formar docentes capazes de analisar cientificamente impactos ambientais nas condições de saúde da população. O objetivo dos projetos de mestrado e doutorado interinstitucional (Minter e Dinter) é permitir a utilização da competência de programas de pós-graduação avaliados com nota igual ou superior a 5 e reconhecidos pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) a fim de, com base em formas bem estruturadas de parceria ou cooperação interinstitucional, viabilizar a formação de mestres e doutores fora dos centros/regiões mais consolidados de ensino e pesquisa.

A proposta para o desenvolvimento do Minter partiu do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão. De acordo com o coordenador do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da Ensp, Sergio Koifman, houve grande procura de alunos da instituição maranhense para participação nos cursos de inverno oferecidos pelo programa. Em seguida, ocorreu a solicitação à Capes para a realização do Minter.

O mestrado no Maranhão terá 19 alunos – todos docentes universitários – dos municípios de São Luís, Açailândia, Buriticupu, São João dos Patos, Codó, Timon e Zé Doca, um grupo regionalmente heterogêneo e com uma realidade distinta da questão ambiental. “Encontraremos uma realidade distinta do Sudeste em relação à questão ambiental. Temos áreas como Açailândia, que tem siderúrgicas que geram um problema importante de contaminação do ar, além de áreas contaminadas por pesticidas. Os próprios alunos já são profissionais diferenciados: são professores universitários envolvidos nessa realidade de ensino, na atividade acadêmica, e necessitam de uma formação que os capacite para uma análise científica do impacto ambiental nas condições de saúde”, informou Koifman.

Iniciativas enriquecem a experiência dos docentes

Outra característica da turma, conforme lembrou o coordenador, é em relação à formação dos alunos, pois a maior parte não é de profissionais da área da saúde. “Temos um contingente de engenheiros, agrônomos, químicos, advogados, ou seja, um padrão distinto do nosso daqui. Trata-se de um programa igual ao nosso na sede da Escola, mas terá de trazer uma abordagem da saúde pública com uma nova dimensão para esse grupo de profissionais”, disse. “Também é importante ressaltar que a iniciativa é viável porque o programa de SPMA está recebendo dez novos docentes que colaborarão de forma permanente conosco”, completou Koifman.

O programa de SPMA já possui uma associação temporária com a Universidade Federal do Acre, e o Minter, além de ser mais uma iniciativa de descentralização do programa, será realizado pela primeira vez. Para Sergio, essas iniciativas enriquecem a experiência dos docentes e permitem o envolvimento dos alunos de doutorado da Ensp nesse processo, pois eles passam a adquirir experiência docente de uma realidade distinta da que estão trabalhando. “É importante analisar a idade mediana do corpo docente da Ensp, que está elevada. Precisamos de uma renovação que dê continuidade ao trabalho. Temos de fazer uma renovação, e a descentralização estimula e cria condições de ter um aumento na diversidade”.

De acordo com a Capes, a instituição promotora tem, necessariamente, de ser responsável pela proposta do curso a ser ofertado por seu programa de pós-graduação, que deverá atender aos requisitos e critérios estabelecidos em edital específico. As aulas serão presenciais, realizadas durante uma semana por mês, e está prevista a vinda dos alunos à Ensp para participar dos cursos de inverno em 2013 e 2014.

Publicado em 11/3/2013.