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15/03/2018

Fundação participa do Fórum Social Mundial em Salvador

CCS/Fiocruz


Com o tema central Povos, territórios e movimentos em resistência e o slogan Resistir é criar, resistir é transformar, o Fórum Social Mundial (FSM) começou na terça-feira (13/3) e se estenderá até sábado (17), no campus da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador. A Fiocruz participa das atividades do evento, com dirigentes e pesquisadores. Na abertura, os participantes foram recepcionados no Salão Nobre da Reitoria, ao som da Orquestra de Frevo e Dobrados, para uma homenagem a personalidades da ciência e cultura baianas, entre elas os pesquisadores eméritos Sônia e Zilton Andrade, ambos da Fiocruz.

Para o coordenador de Cooperação Social da Fiocruz, José Leonidio dos Santos, “a Fundação participa do FSM a partir da necessidade de estreitar o diálogo com os movimentos sociais e territórios em situação de vulnerabilidade social e ambiental, comunidades tradicionais e povos originários do continente, dentro de uma perspectiva de promoção da saúde”. Segundo Santos, o objetivo é fomentar o debate para a co-construção de propostas de enfrentamento das desigualdades sociais e iniquidades e aprofundar o debate sobre qual modelo de desenvolvimento para o Brasil é necessário. Para ele, o FSM “é um ambiente propício para que possamos construir propostas mais sinérgicas, em que a Fiocruz contribua com sua capacidade de pesquisa, ensino e serviço, em diálogo com movimentos e grupos sociais historicamente minorizados”.

Nesta sexta-feira (16/3), às 14h30, o FSM promoverá, na Tenda do Conselho Nacional de Saúde, a mesa Acesso a medicamentos no mundo: vivemos uma crise de desabastecimento, com a presença do coordenador das Ações de Prospecção da Fiocruz, Carlos Gadelha, do secretário-executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamento, Leandro Safatle, e do coordenador da Unidade de Medicamentos, Tecnologia e Pesquisa em Saúde da Opas/OMS no Brasil, Tomás Pippo.

No último dia de evento (17/3), o pesquisador Fernando Carneiro, da Fiocruz Ceará, vai promover uma atividade devolutiva do livro Campos, florestas e águas: práticas e saberes em saúde, em que fará um “toxiturismo” denunciando a poluição, o genocídio e o racismo ambiental na Baía de Todos os Santos, em solidariedade às comunidades da Ilha de Maré. A participação da Fiocruz também conta com o trabalho Múltiplas estratégias de resistências populares para o horizonte e territórios saudáveis, do coordenador do Ecomuseu de Manguinhos, Filipe Eugênio. O estudo aborda a questão da cultura e das artes em territórios vulnerabilizados nas periferias das cidades, com enfoque na literatura.

Na quarta-feira (14/3), a Fiocruz participou da sessão audiovisual Saúde e Cidadania. A programação teve início com a exibição do filme Mulheres das águas, lançado pelo Selo Fiocruz Vídeo, seguida de debate com Paulo Pena (UFBA), Thaís Gomes (UFBA) e Eliete Paraguaçu, além de representantes de movimentos sociais. A diretora do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), Marilda Gonçalves, e o diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), Rodrigo Murtinho, fizeram parte do lançamento do 3º Concurso Selo Fiocruz, um edital de seleção pública para produções audiovisuais sobre saúde, com apoio da TVE Bahia/Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb). Está previsto o apoio financeiro de R$ 85 mil a R$ 200 mil para os projetos selecionados. Além desses, muitos outros pesquisadores e estudantes da instituição participam da programação do Fórum.

Segundo Rodrigo Murtinho, “a produção audiovisual amplia o acesso a informação de saúde, divulga o que a Fiocruz tem produzido em pesquisa sobre saúde pública, ao mesmo tempo que promove novos olhares sobre a saúde pública do Brasil”. A chamada pretende estimular uma reflexão também sobre a saúde no Nordeste, por meio do documentário. “O edital cumpre esse papel de levar informação para a população e fomentar a produção audiovisual sobre saúde para que possamos ampliar a capacidade da população se informar, discutir, debater e reivindicar políticas públicas de saúde”, destacou Murtinho.

A atividade também serviu para explicar detalhes sobre a chamada e as possibilidades de participação. “Os temas que fazem parte da chamada são variados e atuais, voltados para a divulgação de doenças como zika, chicungunha e febre amarela”, afirmou Marilda Gonçalves. Para a diretora da Fiocruz Bahia, essas iniciativas são importantes porque aproximam os trabalhos desenvolvidos na instituição, com outros olhares sobre a saúde, promovendo a construção de políticas públicas.

De acordo com o Conselho Nacional de Saúde (CNS), defender as políticas públicas de saúde é cada vez mais fundamental. É com essa missão que o CNS está promovendo uma série de ações durante o Fórum Social Mundial 2018. Debates, rodas de conversas, seminários e oficinas fazem parte das atividades. “Temos nesta programação uma agenda de resistência para não perdermos nossos direitos conquistados com muita luta e participação social. Somente com crítica, reflexão, coragem e união poderemos reverter este quadro”, afirma o presidente do CNS, Ronald Ferreira dos Santos.

Organizado em apenas um ano, num período dos mais adversos, o 13° FSM ganhou a adesão de centenas de organizações e movimentos sociais e sindicais de todo o mundo. Mais de 1,3 mil atividades foram inscritas, fora centenas de outras organizadas diretamente pela UFBA. As principais lideranças sociais e políticas brasileiras participam do evento e dezenas de grandes personalidades de todos os continentes confirmaram presença. Cerca de mil voluntários do Brasil e de vários países se inscreveram para trabalhar. E espera-se entre 60 e 90 mil participantes durante os cinco dias do Fórum.

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