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21/02/2013

Fundação promove curso de malacologia médica para profissionais de quatro estados

Vanessa Sol


Todos os anos, o Laboratório de Malacologia do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Referência Nacional em Malacologia Médica para o Ministério da Saúde, oferece o curso de malacologia médica para profissionais da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ). A fim de ampliar o conhecimento para especialistas de outras regiões do país, a edição de 2013 foi aberta à participação de profissionais dos estados de Rondônia, Ceará e São Paulo. Entre os dias 18 e 22 de fevereiro, eles terão a oportunidade de aprender sobre malacologia e receberão treinamento que inclui aulas teóricas e, principalmente, práticas e trabalho de campo para a identificação e controle dos moluscos. O curso é promovido em parceria com o Laboratório Central Noel Nutels, da SES-RJ.


 Profissionais de saúde fazem curso de capacitação no Laboratório de Referência Nacional em Malacologia Médica (Foto: Gutemberg Brito)

Profissionais de saúde fazem curso de capacitação no Laboratório de Referência Nacional em Malacologia Médica (Foto: Gutemberg Brito)


De acordo com a pesquisadora e chefe do Laboratório de Malocologia do IOC, Silvana Thiengo, o objetivo da capacitação é treinar os especialistas para que se tornem multiplicadores de informação em suas regiões, a fim de realizar ações de vigilância e controle de vetores da esquistossomose e de outros moluscos que transmitem doenças de importância médico-veterinária, como fasciolose. “Durante esses cinco dias, eles vão aprender, através do trabalho de campo e aulas práticas e teóricas, todas as etapas do processo de coleta e identificação desse material”, explica a malacologista.


Segundo Silvana, os participantes terminarão o curso sabendo identificar também as espécies exóticas, que se tornaram um agravo a ser enfrentado nos ambientes terrestre e aquático. “A Achatina fulica, conhecida como caramujo africano, por exemplo, tem se mostrado um problema no ataque a hortas e jardins e está associado à transmissão de meningite eosinofílica”, destacou. A pesquisadora enfatiza também os cuidados no manuseio da espécie. “A catação dos caramujos africanos deve ser realizada diariamente, de manhã e à noite, sempre com as mãos protegidas porque é através do muco que a doença é transmitida. Para eliminá-los, é importante deixá-los em uma solução de água com sal ou cloro e, ao descartá-los, se possível, é necessário quebrar as conchas para que não acumulem água”, explica.


Informação para todos



De acordo com o diretor de Departamento de Controle de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Porto Velho, Nilton Neves, participar da capacitação e se tornar um multiplicador desse conhecimento na região em que mora será fundamental para o controle dos caramujos na região: “Estamos recebendo o treinamento para servir de multiplicador para a equipe que trabalha no controle de caramujos em Porto Velho. Nessa época do ano, aumenta muito a incidência dos caramujos e a população tem reclamado muito porque eles invadem as residências. Então, a capacitação nos ajudará a orientar os moradores sobre a forma correta para o controle”, destacou.


Já Adriana Skeffe, que trabalha como multiplicadora da Secretaria de Saúde de Horizonte (CE), ressalta a importância do treinamento. “Trabalho com educação e saúde em Horizonte, onde capacito agentes comunitários de saúde e a malacologia será mais um item de conhecimento para eles”, declara.



Publicado em 20/2/2013.

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