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07/08/2006

Fundamentos da Educação Escolar do Brasil Contemporâneo

Sarita Coelho















Organizadores: Júlio César França Lima e Lúcia Maria Wanderley Neves

Editora Fiocruz

320p. R$ 30,00


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Nos últimos anos, cresceu o desemprego na população geral (inclusive entre os mais instruídos), ao mesmo tempo em que a melhora da escolaridade acompanhou o aumento de postos de trabalho de baixos salários. Diante desse quadro, como pensar a educação escolar e a formação técnico-profissional numa época em que a educação já não garante um bom emprego? Esta é a questão central da coletânea Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo, publicada pela Editora Fiocruz. O livro reúne oito artigos escritos por especialistas de expressão internacional no assunto. Criada em comemoração aos 20 anos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz, a obra pretende atualizar o debate sobre os princípios e diretrizes da educação.


O modelo que caracteriza a sociedade em que vivemos atualmente foi tema dos três capítulos iniciais, que abordaram o capitalismo, o neoliberalismo e os problemas da economia brasileira, respectivamente. A socióloga Miriam Limoeiro Cardoso revisitou autores clássicos que formularam teorias sobre o capital para traçar um panorama sobre o assunto e propor possíveis políticas educacionais para o Brasil. A economista Leda Paulini recuperou a história do neoliberalismo para mostrar que tal política precarizou o trabalho formal. Tanto ela como outro economista, Márcio Pochmann, defendem que houve uma estagnação da economia e indagam que influência isso teve na educação.


Os três capítulos subseqüentes discutem o desenvolvimento das relações de poder no Brasil. Os filósofos Roberto Romano e Carlos Coutinho e a historiadora Virgínia Fontes analisam as "bases do controle" do Estado brasileiro a partir de reflexões sobre a ditadura, dos processos da abertura política e de mobilização da sociedade. Para eles, a educação política e a educação escolar têm um papel fundamental na formação e organização dessa sociedade.


Por fim, os dois últimos ensaios analisam os "fundamentos ético-políticos" e técnico-científicos das relações de trabalho e educação no Brasil. Os filósofos Gaudêncio Frigotto e Joaquim Severino apontam o papel estratégico da escola na contestação do modelo hegemônico de sociedade brasileira, reafirmando o conhecimento como arma indispensável no enfrentamento de vários problemas sociais.

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