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15/02/2023

G-Stic 2023: especialista da Fiocruz destaca importância da cobertura vacinal

Flávia Ribeiro (G-Stic)


Na manhã desta quarta-feira (15/2), a 6ª Conferência Global de Ciência, Tecnologia e Inovação (G-Stic 2023) contou com a palestra especial Recuperando a cobertura vacinal e os desafios para o ecossistema vacinal, realizada pelo pesquisador emérito e assessor sênior científico do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Akira Homma. Ele alertou que o Brasil, assim como outros países, ainda tem uma baixa cobertura vacinal e, por isso, é muito importante um esforço conjunto de diversos atores para a proteção da população brasileira. “São os profissionais de saúde que movem o sistema. Portanto, é necessária a valorização destes profissionais, especialmente aqueles que estão na ponta, com a mão na massa. Eles merecem nossa escuta ativa para identificarmos os gargalos da baixa cobertura vacinal”, comentou. 

Homma defende a imediata recuperação da cobertura vacinal como primordial para que o país reestabeleça a capacidade de gerenciar um sistema sustentável de imunização (foto: Eduardo Napoli / Gopala Filmes)

 

A imunização é uma questão de saúde global e tem salvo dois a três milhões de vidas todo o ano. “Estamos diante de um desastre anunciado se as coberturas vacinais continuarem baixas. É preciso investir muito em comunicação para a promoção da conscientização de que a vacina é segura e salva vidas”, avaliou Homma, ao explicar a estratégia para enfrentar os desafios de ampliar a vacinação em todo o país. “Com a ausência de doenças, a população geral tem uma falsa segurança de que está protegida”, destacou.

Comunicação é um dos principais gargalos para avanço

Akira enfatizou a falta de campanhas e ações de comunicação como um dos principais gargalos responsáveis pela baixa cobertura vacinal. O pesquisador lembrou que o país teve uma cobertura excepcional por mais de 20 anos. “Aspectos regionais contribuíram para que perdêssemos esse importante ativo, mas também a desinformação, a comunicação precária, a informação que não chega em locais mais remotos. Há uma resistência e baixa confiança em relação à vacinação, os sistemas de informação são insuficientes, e existe uma baixa motivação de profissionais de saúde mal remunerados”, listou Akira como os desafios que estamos enfrentando no Brasil.

O assessor sênior científico de Bio-Manguinhos/Fiocruz apresentou as razões para a necessidade de desenvolvimento de uma nova estratégia que articule a cooperação de autoridades de saúde locais, profissionais de vacinação e representantes dos governos federal, estadual e municipal, além dos conselhos locais. “A estratégia exige um pacto social para a vacinação”, destacou.

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