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03/03/2008

Gaudêncio Frigotto abre ano letivo da pós-graduação na EPSJV

Catia Guimarães


Exatamente 20 anos depois de proferir a aula inaugural da primeira turma do curso técnico de nível médio em saúde da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da Fiocruz, Gaudêncio Frigotto, um dos principais intelectuais da educação brasileira, volta a estar à frente da abertura do ano letivo de uma nova empreitada da instituição. Dessa vez, a primeira turma que vai ouvir Gaudêncio será a do mestrado profissional em educação profissional em saúde, novo curso da Escola que foi aprovado pela Capes em 2007 e terá início este ano. A aula inaugural está marcada para esta terça-feira (4/3), às 14h, no Auditório Joaquim Alberto Cardoso de Melo, e será transmitida pela Rede Fiocruz em tempo real, com acesso aqui.


 Gaudêncio discorrerá sobre <EM>Teoria e práxis e o antagonismo entre a formação politécnica e as relações capitalistas </EM>

Gaudêncio discorrerá sobre Teoria e práxis e o antagonismo entre a formação politécnica e as relações capitalistas


O evento marca também o início do ano letivo dos alunos do curso de especialização em educação profissional em saúde, que já existe há cinco anos e deu base para a proposta do mestrado. Ao todo, cerca de 50 alunos ouvirão o palestrante, que é doutor em ciências humanas e professor da Uerj, falar sobre Teoria e práxis e o antagonismo entre a formação politécnica e as relações capitalistas. No mesmo dia será lançado o livro 2º Seminário de Pesquisa - Novas e Antigas Faces do Trabalho e da Educação, resultado de uma parceria entre os Programas de Pós-graduação da EPSJV, em Políticas Públicas e Formação Humana da Uerj e em Educação da UFF. A publicação pode ser acessada na íntegra aqui.


A pós-graduação na EPSJV


O Programa de Pós-graduação da EPSJV é composto por um curso de especialização e um mestrado profissional, aprovado pela Capes no ano passado, ambos na área de educação profissional em saúde. O mestrado, que tem agora sua primeira turma, é uma conquista que começou a ser construída quatro anos atrás, quando a EPSJV idealizou e coordenou a primeira turma do curso de especialização na área. “A aprovação desse mestrado significa a consolidação da educação profissional em saúde como uma área de produção de conhecimento, que é estratégica tanto para a formação dos trabalhadores quanto para o fortalecimento do SUS”, explica a coordenadora da pós-graduação da EPSJV, Marise Ramos.


O curso, que terá uma primeira turma em 2008, é voltado para professores e outros profissionais que atuem ou se interessem pela área de educação profissional em saúde. Em relação à legislação, esse é o segmento que engloba a formação de trabalhadores de nível auxiliar e técnico. Como campo de conhecimento, é uma área que se baseia em três dimensões: trabalho, educação e saúde.


Depois de implantar o mestrado na própria sede, o próximo desafio da Escola para fortalecer ainda mais a área de educação profissional em saúde será estudar a possibilidade de descentralizar o curso para outros estados e países, a partir das ações de cooperação técnica que a EPSJV já desenvolve. Segundo o diretor da Escola, André Malhão, o reconhecimento do mestrado mostra que é possível expandir a abrangência territorial do mestrado para as instituições que tiverem interesse nessa área. Com isso, a idéia é ajudar a formar dirigentes em educação profissional em saúde tanto na Rede de Escolas Técnicas do SUS (RET-SUS) quanto em outras instituições das redes municipal, estadual e federal de ensino, no Brasil e no exterior. “Nosso objetivo é consolidar a educação profissional em saúde como campo interdisciplinar, potencializando a produção de conhecimento e a ação estratégica nessa área. Além disso, queremos contribuir para o fortalecimento das políticas de direito ao conhecimento pelos trabalhadores técnicos em saúde”, diz.


A especialização que inspirou o mestrado foi oferecida pela primeira vez na Escola Técnica de Saúde do Centro de Ensino Médio e Fundamental da Unimontes (MG), com projeto e coordenação da Escola Politécnica. Essa experiência de descentralização contou com professores de todo o país e foi organizada de modo a permitir que trabalhadores dos serviços de saúde fizessem o curso.


No formato oferecido na Fiocruz, o mestrado terá duração de dois anos e será composto por disciplinas como política de educação e de saúde, economia da educação e concepções de formação em saúde e educação profissional no Brasil: contextos e questões atuais, educação do adulto trabalhador, pedagogia das competências e historicidade da educação dos trabalhadores em saúde. Ao final do curso os alunos deverão desenvolver uma dissertação que será avaliada por uma banca examinadora.

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