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15/04/2011

Grupo lança site para consulta pública sobre a Pesquisa Nacional de Saúde

Cristiane D'Avila


A aplicação de inquéritos para a avaliação da saúde da população é prática incipiente nos países em desenvolvimento. No Brasil, o Ministério da Saúde tem feito esforços com o intuito de formular questionários amostrais. Um dos exemplos é a condução do Suplemento de Saúde da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) em 1998, 2003 e 2008. Contudo, o país até hoje não realizou uma pesquisa, em âmbito nacional, que apure informações necessárias à formulação de políticas na área de promoção, vigilância e atenção à saúde dos brasileiros. Tal carência está sendo superada com a elaboração das diretrizes da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a ser feita em 2012/2013. A PNS será uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


 "A PNS vai incorporar o novo Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares do IBGE, que, entre outras vantagens, permitirá o uso de informações da Pnad sobre as condições socioeconômicas do entorno domiciliar”, explica Célia Landmann. 

"A PNS vai incorporar o novo Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares do IBGE, que, entre outras vantagens, permitirá o uso de informações da Pnad sobre as condições socioeconômicas do entorno domiciliar”, explica Célia Landmann. 


Coordenado pela pesquisadora Célia Landmann, do Laboratório de Informação em Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (LIS/Icict/Fiocruz), o grupo científico responsável pela condução das diretrizes da PNS foi criado em 2009, após promulgação de uma portaria do Ministério da Saúde. Desde então, foi constituído o Comitê Gestor da PNS, que congrega profissionais do Ministério, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e da Fiocruz.


Ao grupo científico, do qual participam também pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e do Ministério da Saúde, cabe elaborar o questionário da PNS, que conterá módulos sobre morbidades, estilo de vida, saúde do idoso, saúde bucal e saúde da mulher. “O questionário é inovador, muito extenso e sofisticado. Iremos apurar aspectos que geralmente não são verificados nos inquéritos. Além disso, a PNS vai incorporar o novo Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares do IBGE, que, entre outras vantagens, permitirá o uso de informações da Pnad sobre as condições socioeconômicas do entorno domiciliar”, explica Célia Landmann.


Segundo a pesquisadora, o processo de elaboração da PNS está sendo feito em quatro etapas. A primeira, já finalizada, consistiu na consulta a pesquisadores nacionais e internacionais, com experiência em participação em inquéritos, e representantes das áreas técnicas do Ministério da Saúde. Os consultores responderam a questões relativas ao planejamento da PNS, incluindo informações sobre conteúdo e forma de condução do inquérito. A segunda, iniciada em setembro deste ano, consiste na elaboração de um estudo preliminar, na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride/DF), que indicará a metodologia adequada para a aplicação na PNS. Em outras palavras, é um teste para verificar como a população aceita o questionário, o tempo de duração das entrevistas, a linguagem apropriada.


A terceira etapa, já em execução, é uma consulta pública sobre a PNS. “Para essa etapa criamos um site do projeto de planejamento da PNS, para que toda a sociedade participe da elaboração e acompanhe todo o processo da pesquisa. Lá temos um Fale Conosco, aberto a sugestões de itens a serem incluídos no questionário”, explica Célia. Por fim, a quarta etapa será um projeto piloto da pesquisa, conduzido por profissionais do IBGE, em 2012.  


Pesquisa de âmbito nacional a ser realizada a cada cinco anos, a partir de 2012, em 60 mil domicílios do país, a PNS prevê duas frentes de ação simultâneas: a coleta de informações a partir de entrevistas domiciliares e individuais; e a realização de exames de sangue, aferição de pressão arterial e medição de peso, altura e circunferência de cintura. Profissionais do IBGE serão encarregados da amostragem e execução do trabalho de campo, enquanto os exames laboratoriais e a coleta de sangue ficarão a cargo de técnicos do Ministério da Saúde. A análise e a divulgação dos dados serão realizadas pelas duas instituições.


Para Célia Landmann, a parceria concreta de trabalho entre a academia, as áreas técnicas do Ministério da Saúde e o IBGE representa um avanço. “A PNS será não só a grande oportunidade de progredir obtendo informações essenciais para a formulação de políticas na área de promoção, vigilância e atenção à saúde, como também de ampliar o conhecimento sobre as desigualdades em saúde, subsidiando a orientação das políticas de saúde para o alcance de maior equidade. Neste contexto, é com muito prazer que convidamos todos a participarem do processo de planejamento da PNS”, conclui a pesquisadora.



Visite aqui o site do projeto de planejamento da PNS.


Publicado em 15/4/2011.

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