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08/01/2008

Grupo pesquisará aves costeiras do Rio de Janeiro


Além de acompanhar os mamíferos marinhos localizados na Região dos Lagos (RJ) desde 1999, o Grupo de Estudos de Mamíferos Marinhos (Gemm-Lagos), coordenado pelo pesquisador da Escola Nacional de Saúde Pùblica (Ensp) Salvatore Siciliano se prepara para uma nova empreitada. Estudar e conhecer as aves aquáticas encontradas nos ambientes costeiros do Rio de Janeiro. O trabalho consiste em monitor as aves localizadas entre Saquarema e São Francisco do Itabapoana, região repleta de lagoas consideradas por ambientalistas com excelente diversidade de flora e fauna. “O que pretendemos é conhecer como essas comunidades se organizam e de que maneira as aves se utilizam desses ambientes para viver”, revela Salvatore.


 Garça na Lagoa de Araruama, uma das que serão estudadas (Foto: Paulo Roberto Barbosa)

Garça na Lagoa de Araruama, uma das que serão estudadas (Foto: Paulo Roberto Barbosa)


O pesquisador explica que a região é formada por um cordão de lagoas costeiras, algumas de águas doces e outras salgadas e que essa diversidade é bem interessante, principalmente em Quissamã, cidade fluminense onde está localizada a Lagoa Feia, a maior lagoa do estado e a segunda maior lagoa de água doce do Brasil, com um espelho d’água de 16 mil hectares e profundidade média de dois metros. Segundo Siciliano, “essas lagoas são bastante usadas por aves aquáticas, tanto residentes quanto migratórias. Então vamos promover estudos de campo periódicos para entender como as aves se estruturam”.


A equipe de ornitólogos do Gemm-Lagos que trabalha com Siciliano é formado por quatro pessoas: a doutoranda do Programa de Saúde Pública e Meio Ambiente da Ensp Patrícia Saiki, dois alunos de iniciação científica da Escola (ciências biológicas/Universidade Gama Filho) cujas monografias serão em cima dessa temática, Davi Castro Tavares e Daniel Peres, além de Luciano Lima, também graduando de ciências biológicas na Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). No momento esse grupo está selecionando quais lagoas serão utilizadas como modelo para um estudo mais aprofundado e a expectativa é trabalhar com lagoas fortemente impactadas pelo aumento da degradação ambiental causada pela população na região.


“Quissamã talvez seja a área com menor impacto de degradação ambiental atualmente, se compararmos com lagoas como as de Araruama. Nosso estudo vai fazer um balanço sobre a situação nesta região. Um dos problemas que já conhecemos é a expansão da cana de açúcar, pois vem destruindo os poucos focos remanescentes de Mata Atlântica para a produção de etanol”, conclui Siciliano. Para o pesquisador, a plantação da cana de açúcar pode se tornar um grande problema com alto custo ambiental para o Estado do Rio de Janeiro.


Gemm-Lagos produziu guias sobre mamíferos e aves marinhas


Guias de campo: fauna marinha da Bacia de Campos é o nome da série de livros lançados por Siciliano retratando as espécies de cetáceos (baleias, botos e golfinhos) e aves marinhas encontradas em Campos, no norte fluminense. Os guias trazem informações sobre a correta identificação dos animais, biologia, comportamento, as principais ameaças, entre outros dados.


Os guias são produzidos para todos, conta Siciliano, uma vez que não são destinados apenas para ornitólogos ou pesquisadores. O pesquisador explica que as publicações servem de consulta para jovens ou adultos que queiram conhecer melhor o ecossistema da região, pois vêm ilustrados com fotos e mapas de distribuição detalhada dos animais encontrados. Os livros podem ser adquiridos na livraria da Abrasco, no prédio da Ensp, e todos os recursos das vendas são destinados ao fundo de manutenção do Gemm-Lagos.

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