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13/07/2009

'História, Ciências, Saúde – Manguinhos' traz dossiê sobre a hanseníase

Roberta Cardoso


O novo número da revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos traz um pequeno dossiê sobre a hanseníase. Infecção crônica das mais antigas, a hanseníase é uma doença que ainda guarda muitas interrogações tanto no campo dos estudos históricos, quanto na epidemiologia. Quatro artigos abordam o tema sobre diferentes perspectivas. Em um dos trabalhos, Alice Cruz trata da criação do Hospital-Colónia Rovisco Pais, inaugurado em Portugal na década de 1940, com o intuito de tratar, estudar e estabelecer medidas preventivas no combate a lepra. A autora analisa o hospital como “dispositivo disciplinar” e desenvolve uma reflexão acerca do confronto entre o poder disciplinar e a experiência dos doentes.



O historiador José Augusto Leandro analisa a política de saúde para os hansenianos no Maranhão na década de 1930, com destaque para os discursos de Achiles Lisboa, importante médico na articulação de uma política de exclusão direcionada aos doentes maranhenses. Selma de Castro e Helena Watanabe estudam o isolamento compulsório de portadores de hanseníase e analisam os relatos da história de vida de oito pacientes internados no antigo Asilo de Pirapitingui, em São Paulo. A seção ainda conta com o trabalho de André Mellagi e Yara Monteiro, que realizam um estudo comparativo do imaginário religioso de ex-internos dos asilos de São Paulo com o dos atuais portadores de hanseníase.


Na seção Fontes, a historiadora Kaori Kodama analisa artigo do médico Mathieu François Audouard, publicado em 1850 no jornal O Philantropo, periódico de propaganda contra o tráfico que circulou no Rio de Janeiro entre 1849 e 1852. Intitulado O tráfico dos negros considerado como a causa da febre amarela, fornece subsídios para uma reflexão sobre o papel dos médicos brasileiros durante a escravidão.


Revista História, Ciências, Saúde – Manguinhos (volume 16, n. 2, abr-jun. 2009).

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Publicado em 3/7/2009.

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