08/06/2022
Diante dos primeiros casos suspeitos do vírus monkeypox no Brasil, a Fiocruz, por meio do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), uniu esforços em mais uma iniciativa pioneira e produziu, em uma semana, controles positivos para auxiliar no diagnóstico seguro da doença. Os primeiros reagentes foram entregues à Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), para serem distribuídos em, ao menos, 20 países. Outra remessa de controles positivos foi distribuída hoje (8/6) aos laboratórios de referência do Brasil, a pedido da Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (Secretaria de Vigilância em Saúde/Ministério da Saúde).
Material desenvolvido pelo IBMP é destinado ao uso somente em pesquisa, sob responsabilidade dos laboratórios brasileiros e latino-americanos de referência para controle do vírus Monkeypox (foto: Divulgação)
Elaborado em tempo recorde, esses controles positivos refletem a capacidade nacional de produção de insumos críticos para o diagnóstico. “Essa ação estratégica, iniciada após o aprendizado na cadeia de suprimentos vivenciado na emergência da Covid-19, hoje se materializa no fortalecimento do arranjo produtivo local e amplia a capacidade de resposta nacional frente a emergências de saúde pública. Com isso, damos um importante passo para a autonomia e a independência na produção local de testes de diagnóstico”, destaca a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.
O controle positivo é um elemento importante que garante a confiabilidade da reação durante a realização do teste molecular (qPCR), impedindo que possíveis erros possam ocorrer e interferir no resultado. O material desenvolvido pelo IBMP é destinado ao uso somente em pesquisa, sob responsabilidade dos laboratórios brasileiros e latino-americanos de referência para controle do vírus monkeypox.
O controle positivo é um elemento importante que garante a confiabilidade da reação durante a realização do teste molecular (qPCR) (foto: Divulgação)
“Utilizamos matéria-prima e nossa expertise no desenvolvimento de kits para diagnóstico, somado ao que está publicado pela literatura científica internacional, para produzir as reações com qualidade e que possibilitem o diagnóstico molecular preciso e seguro do vírus monkeypox”, explica o gerente de Desenvolvimento Tecnológico do IBMP, Fabricio K. Marchini.
Primeiros reagentes foram entregues à Opas/OMS para serem distribuídos em, ao menos, 20 países (foto: Divulgação)Atualmente, são quatro laboratórios no Brasil aptos a realização do diagnóstico da doença: Laboratório de Biologia Molecular de Vírus do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LBMV/IBCCF/UFRJ), Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais/Fundação Ezequiel Dias (Lacen/Funed-MG), Laboratório Central de Saúde Pública de São Paulo/Instituto Adolfo Lutz (Lacen/IAL-SP) e Laboratório de Referência em Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).