O Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) lança o e-book Diretriz para Prevenção e Manejo da Dor Aguda por Procedimentos Dolorosos no Período Neonatal. Os objetivos do documento são avaliar e sintetizar sistematicamente as informações científicas disponíveis em relação ao manejo da dor causada por procedimentos dolorosos agudos no recém-nascido de risco internado em unidade neonatal. Objetiva-se também oferecer ao profissional da área da saúde atuante em neonatologia informações objetivas e práticas sobre como avaliar, tratar e aliviar a dor do recém-nascido durante procedimentos dolorosos agudos.
Coordenado pelas pesquisadoras do IFF/Fiocruz, Maria de Fátima Junqueira-Marinho e Pércide Verônica da Silva Cunha, o e-book foi desenvolvido por especialistas brasileiros, atuantes em pesquisa, ensino e assistência na área neonatal. O trabalho é fruto de uma pesquisa interinstitucional e recebeu apoio da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz), do Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (PMA/Fiocruz), além de contar com o apoio da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Pediatras (Sobep) e da Associação Brasileira de Obstetrizes e Enfermeiros Obstetras (Abenfo-Nacional).
"Foi um trabalho feito a muitas mãos, por especialistas na área, com as melhores evidências e muitas reuniões de consenso. Estamos muito felizes com o resultado. A ideia é justamente diminuir a distância entre artigos científicos e a prática diária, contribuindo para a tradução do conhecimento. Nossos bebês agradecem, vamos cuidar do desenvolvimento deles", destaca Fátima Junqueira.
Apresentação
A introdução do documento discute os impactos da dor ao desenvolvimento infantil. No Capítulo 1, o leitor tem acesso à epidemiologia da dor aguda, assim como a descrição da intensidade da dor de acordo com os tipos de procedimentos. O conteúdo aborda também as medidas de alívio da dor e do estresse relacionadas a cada procedimento doloroso realizado.
O Capítulo 2 apresenta de forma objetiva os diferentes instrumentos de avaliação da dor e a aplicabilidade das escalas de dor aguda na prática clínica. Nos capítulos subsequentes, são apresentadas cada uma das cinco intervenções mais utilizadas para manejo da dor aguda e do estresse em unidades de terapia intensiva neonatal: amamentação (Capítulo 3), contato pele a pele (Capítulo 4), contenção facilitada (Capítulo 5), sucção não nutritiva (Capítulo 6) e as soluções adocicadas (Capítulo 7).
Os capítulos apresentam as considerações preliminares sobre os benefícios das intervenções como estratégias de alívio de dor aguda em recém-nascidos, considerando o Nível de Evidência dessas intervenções. Em seguida, abordam-se os mecanismos de ação analgésica de cada estratégia, a população-alvo, as orientações para administração e possibilidades de combinação com outras estratégias para alívio da dor, as contraindicações de cada estratégia, os efeitos adversos descritos na literatura e, por fim, as recomendações.
O e-book destaca: “espera-se que esta diretriz cumpra seu papel e contribua para o aperfeiçoamento da atuação profissional na avaliação e no manejo da dor no recém-nascido, assim como para a melhoria da qualidade de vida, do desenvolvimento e da saúde dos lactentes que, muitas vezes, passam seus primeiros meses hospitalizados”.
Animação sensibiliza e capacita profissionais
A produção conta a narrativa de um recém-nascido prematuro internado em uma UTI Neonatal e por ela apresenta as principais medidas para os cuidados a serem realizados durante os procedimentos dolorosos. A iniciativa da equipe de pesquisa em disseminar a Diretriz Clínica nessa perspectiva envolve os objetivos de sensibilizar e promover a educação permanente de profissionais de saúde e gestores de uma forma suave e calorosa, contudo, muito potente. A adoção de protocolos para o manejo adequado da dor envolve práticas simples, não farmacológicas e de fácil realização pelos profissionais e familiares do recém-nascido. E os benefícios para o desenvolvimento e recuperação são comprovados pelas evidências científicas.