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26/11/2007

Impacto da violência na mídia no público infanto-juvenil fará parte das discussões

Renata Moehlecke


Considerada como um problema de saúde pública por diversos países, a violência na mídia ainda é pouco debatida no Brasil. Mas o assunto foi um dos selecionados para fazer parte das palestras de 29 de novembro, no seminário internacional Perspectivas de enfrentamento dos impactos da violência sobre a saúde pública. Em foco: América Latina, promovido pelo Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência e Saúde (Claves). Uma das responsáveis pela exposição do tema é a pesquisadora Kathie Njaine do próprio Claves.


Kathie falará sobre “o papel da mídia na prevenção da violência”. Em seu estudo, ela comenta que “a preocupação com essa temática fundamenta-se primeiramente na ampla circulação de cenas de conteúdo violento na programação da televisão por meio de filmes, videogames, internet, entre outros, distribuídos, sobretudo, pelos Estados Unidos aos demais países do continente e para grande parte do mundo.” A pesquisadora também aponta uma dificuldade na sociedade contemporânea de controle da qualidade dos conteúdos transmitidos, devido ao grande e veloz fluxo informacional.


Um dos efeitos conseqüentes de uma exposição contínua à violência, segundo Kathie, é a chamada dessensibilização: os indivíduos (inclusive crianças e adolescentes) se tornariam indiferentes às vítimas da violência, prejudicando, por exemplo, a pouca capacidade de intervirem em conflitos que presenciem, a fim de ajudar outras pessoas. Além disso, o excesso de visibilidade desses conteúdos contribuiria no incremento da violência juvenil.


“Do ponto vista da saúde pública e da epidemiologia, a programação violenta nos meios de comunicação é considerada como um fator de risco para a violência na adolescência”, afirma a pesquisadora. “É preciso ressaltar que a escassez de trabalhos empíricos nacionais e a incipiente discussão sobre essa questão na área da saúde são fatores cruciais que dificultam a promoção de orientação e prevenção no país”.

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