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14/06/2006

Inclusão digital chega às crianças internadas

Roberta Monteiro


Tornar o período da internação menos traumático para a criança é o que espera a coordenadora do programa Saúde e Brincar, que atua nas enfermarias e corredores dos ambulatórios do Instituto Fernandes Figueira (IFF) da Fiocruz. Para Rosa Mitre, o brincar faz parte do universo infantil e é necessário para o desenvolvimento físico e mental da criança. Para amenizar o sofrimento e contribuir para o processo de experiência do adoecimento, o Instituto já pode contar com mais uma ferramenta para os pequenos pacientes. Trata-se do computador da bancada KidSmart, que faz parte de um projeto mundial da IBM de levar a tecnologia e a inclusão digital às crianças impossibilitadas de freqüentar escolas.


Com a aparência de um grande brinquedo, ele vem despertando a curiosidade de todos na Enfermaria de Pediatria. De acordo com a voluntária Carla Gomes, cedida para o manuseio do KidSmart pelo Refazer (ONG de apoio às crianças e adolescentes encaminhados pelo IFF), os jogos e programas educativos ajudam às crianças a aceitarem melhor o período da internação. Atualmente, Carla dedica duas horas e meia, três vezes na semana, ao seu trabalho voluntário no Instituto. Segundo ela, a escolha dos jogos depende da própria criança, referindo-se às diferentes modalidades do programa, que abordam disciplinas como matemática, geografia, ciências e português. "O que mais me impressiona é o brilho que vejo nos olhos das crianças, que traz junto a sensação de estarem recuperando o gosto pela vida", garante Carla.


Como o KidSmart é móvel, é possível levá-lo aos leitos com facilidade, de onde as crianças podem brincar mesmo estando deitadas. O computador também é utilizado pelo programa Saúde e Brincar, que atende cerca de 540 crianças por mês. A coordenadora afirma que a chegada dele é mais um elemento que possibilita a criança encarar a internação de maneira mais próxima da vida cotidiana e assim amenizar o seu sofrimento.


O projeto KidSmart surgiu nos Estados Unidos e já foi implementado em países como Argentina, Peru, China, Espanha e Brasil. No Rio de Janeiro, além do IFF e do Refazer, o projeto também foi instalado em creches e pré-escolas das secretarias municipais de Educação, associações e hospitais de referência no tratamento de crianças.

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