21/11/2024
Melissa Bello (Agência Fiocruz de Notícias)
Divulgado nesta quinta-feira (21/11), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que o rinovírus permanece como o principal vírus responsável pelos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em crianças e adolescentes de até 14 anos, sobretudo nos estados das regiões Norte e Nordeste, enquanto a Covid-19 predomina entre os idosos. O estudo é referente à Semana Epidemiológica (SE) 46, abrangendo o período de 10 a 16 de novembro e tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).
A pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella, sinaliza que apesar do alerta relacionado ao rinovírus e a Covid-19 em alguns estados e faixas etárias, as hospitalizações associadas a ambos os vírus estão em tendência de queda ou estabilidade na maior parte do país. “Nessa última atualização do Boletim InfoGripe a gente observa uma redução dos novos casos de SRAG no agregado nacional e também de redução ou estabilidade dos casos de SRAG na maioria dos estados no país”, afirma Tatiana.
Estados e Capitais
Na presente atualização, 6 unidades federativas apresentam sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Amapá (AP), Ceará (CE), Goiás (GO), Maranhão (MA), Rio de Janeiro (RJ) e Roraima (RR).
No estado do Rio de Janeiro, o aumento dos casos de SRAG ocorre em praticamente todas as faixas etárias, e está associado ao rinovírus nas crianças e adolescentes de até 14 anos, e à Covid-19 entre os idosos. Contudo, com exceção apenas da população idosa de 50 a 64 anos, os casos de SRAG no estado já apresentam sinal de desaceleração do crescimento.
O estado de Goiás, também apresenta aumento dos casos de SRAG com sinais de desaceleração entre crianças, adolescentes e idosos. No entanto, os dados laboratoriais disponíveis até o momento ainda não permitem identificar os vírus responsáveis por esse aumento.
No Amapá, Roraima e Maranhão, o crescimento dos casos de SRAG se concentra nas crianças e, no caso do Maranhão, também nos adolescentes, sendo impulsionado principalmente pelo rinovírus. Contudo, o aumento dos casos de SRAG no Amapá e Maranhão já apresenta sinal de desaceleração. Já no Ceará, devido ao baixo número de novos casos semanais, o sinal do crescimento de SRAG parece ser compatível com uma oscilação.
Entre as capitais, sete apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG: Boa Vista (RR), Fortaleza (CE), Macapá (AP), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Teresina (PI) e Vitória (ES).
Prevalência e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,9% para influenza A; 10,6% para influenza B; 4,9% para vírus sincicial respiratório (VSR); 40,1% para rinovírus; e 23,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a prevalência entre os casos positivos foi de 16,8% para influenza A; 11,2% Influenza B, 0% VSR; 10,2% para rinovírus; e 57,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19).
Referente aos óbitos de SRAG em 2024, já foram registrados 9.726 óbitos, sendo 4.982 (51,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 3.955 (40,7%) negativos, 168 (1,7%) e ao menos aguardando resultado laboratorial. Dentre esses, 28% são influenza A; 2% são influenza B; 8,4% são VSR; 8,7% são rinovírus; e 52% são Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 14,1% são influenza A; 10,4% são influenza B; 0% são VSR; 10,9% são rinovírus; e 61% são Sars-CoV-2 (Covid-19).
Ano epidemiológico 2024
Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 158.788 casos de SRAG, sendo 74.205 (46,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório 67.820 (42,7%) negativos, e ao menos 8.288 (5,2%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.
Dentre os casos positivos do ano corrente, 17,4% para influenza A; 1,7% para influenza B; 35,3% para VSR; 26,2% para rinovírus; e 19% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 9,7% para influenza A; 9,7% para influenza B; 6,3% para VSR; 39,4% para rinovírus; e 25% para Sars-CoV-2 (Covid-19).