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06/06/2024

InfoGripe indica melhora inicial nas internações por VSR e influenza A

João Pedro Sabadini (Agência Fiocruz de Notícias)


Divulgado nesta quinta-feira (6/6), o Boletim InfoGripe Fiocruz aponta para uma consolidação do sinal de melhora nas internações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), principalmente por influenza A (gripe) e vírus sincicial respiratório (VSR). No cenário nacional já se observa um conjunto cada vez maior de estados indicando interrupção do crescimento ou redução no número de novos registros. Ao analisar o agregado do país, há sinal de queda nas internações de SRAG tanto na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto na de curto prazo (últimas três semanas). O estudo ressalta ainda que, em função da situação atual do Rio Grande do Sul, os dados das semanas recentes devem ser analisados com cautela em razão de eventuais impactos na capacidade de atendimento e registro eletrônicos de novos casos de SRAG no estado. Referente à Semana Epidemiológica (SE) 22, de 26 de maio a 1° de junho, o estudo tem como base os dados inseridos Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 3 de junho.

 

Ainda há um grupo de estados que mantém sinal de aumento nas internações de SRAG por tais doenças, no entanto, até nele, boa parte já apresenta ao menos uma desaceleração nesse ritmo de crescimento no número de novos casos semanais. Com isso, espera-se uma interrupção no aumento até que, eventualmente, haja o processo de redução. O pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, aborda a reversão recente da situação:

“Temos alguns poucos estados no país que continuam apresentando crescimento, mas na imensa maioria, felizmente, já temos um sinal positivo de interrupção no aumento ou de início de queda. Lembramos que os principais vírus que temos observado neste momento são o vírus sincicial respiratório, o VSR, com um impacto muito grande nas crianças, especialmente, e em particular as crianças pequenas, até cerca de dois anos de idade, aproximadamente, e o próprio vírus da gripe, o vírus influenza A”, comenta Gomes.

O pesquisador reforça a importância da vacinação para a gripe e faz um alerta aos grupos prioritários, pois há um percentual baixo de pessoas que se vacinaram para a doença mesmo com a campanha aberta. Além disso, ele celebra a chegada de novas vacinas contra a covid-19, já sendo distribuídas pelo país, e convoca novamente os prioritários a fim de manter o cenário de melhora: “Devemos nos antecipar em termos de imunização e de cobertura vacinal para um eventual novo ciclo da covid-19. Por enquanto, felizmente, continua baixo ou relativamente baixo, não tem nenhum estado apontando para uma retomada do crescimento, pelo menos por enquanto, da covid-19 no nosso país”. Para quem está com sintomas de resfriado e/ou vai a um posto médico, independentemente do motivo da visita, Gomes recomenda o uso de máscaras adequadas (PFF2, N95, KN95) para evitar a transmissão das doenças.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (24,3%), influenza B (0,5%), vírus sincicial respiratório (56,5%) e SARS-CoV-2/Covid-19 (4,5%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (47,1%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (18,9%), e SARS-CoV-2/Covid-19 (27,6%).

Estados e capitais

 

A atualização aponta que seis estados apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo: Acre, Amazonas, Paraná, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe. Para o VSR, a maior parte dos estados do Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste apontam interrupção do crescimento ou queda. Em relação à influenza A, associado ao aumento de SRAG em adolescentes e adultos, já se consolida a interrupção do aumento ou queda no Nordeste e em alguns estados do Norte e Sul do país.  Entre as capitais, sete mostram indícios de aumento de SRAG: Aracajú (SE), Florianópolis (SC), João Pessoa (PB), Manaus (AM), Natal (RN), Rio Branco (AC) e São Luís (MA).

Resultados positivos para vírus respiratórios e óbitos em 2024

Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 67.764 casos de SRAG, sendo 32.897 (48,5%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 24.392 (36,0%) negativos, e ao menos 6.659 (9,8%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, tem-se influenza A (19,0%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (43,6%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (24,1%).

Em relação aos óbitos de SRAG de 2024, independentemente da presença de febre, já foram registrados 4.395 óbitos, sendo 2.468 (56,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 1.522 (34,6%) negativos, e ao menos 135 (3,1%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, tem-se influenza A (22,8%), influenza B (0,4%), vírus sincicial respiratório (7,5%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (65,1%). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de influenza A (47,1%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório (18,9%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (27,6%).

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