21/07/2021
Ana Flávia Pilar (Agência Fiocruz de Notícias)
A nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgada nesta quarta-feira (21/7), traz uma notícia esperançosa e outra preocupante. Segundo o Boletim, apenas 2 das 27 unidades federativas apresentam sinal de aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na semana epidemiológica 28, que compreende o período de 11 a 17 de julho: Acre e Amazonas. Dentre as demais, 17 apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo. No entanto, de acordo com os indicadores de transmissão comunitária, todas as capitais se encontram em macrorregiões de saúde com nível de transmissão alto, muito alto ou extremamente alto. O Boletim destaca que este cenário sugere possível manutenção do número de hospitalizações e óbitos em alto patamar, caso medidas preventivas não sejam adotadas.
O acompanhamento do número de novos casos por faixa etária, limitado até a semana 23 (12 de junho), mostra que na população de 60-69 anos houve manutenção de queda desde o pico de março. Na população entre 70-79 anos e acima de 80 anos, a partir de final de abril e começo de maio há interrupção da queda seguida de estabilização em valores próximos aos menores valores registrados no ano passado, sem sinais de retomada de crescimento até a semana 23. Nas curvas associadas às faixas etárias abaixo de 60 anos se observa que houve um aumento significativo durante o mês de maio, atingindo valores acima daqueles registrados nos picos de 2020, seguido de leve queda na semana 23.
Estados
Acre e Amazonas apresentam sinal moderado de crescimento na tendência de longo prazo. No Amazonas também se observa sinal moderado de crescimento na tendência de curto prazo. No Mato Grosso do Sul, Pará e Rio Grande do Sul observa-se sinal moderado de crescimento apenas na tendência de curto prazo, com sinal de estabilidade na tendência de longo prazo nos dois primeiros e sinal moderado de queda na tendência de longo prazo no último.
“Embora os sinais de tendência de queda e estabilidade sejam positivos, indicando poucos estados atualmente com sinal de crescimento nas tendências de longo ou curto prazo, os valores semanais continuam elevados, como apresentado pelo indicador de transmissão comunitária. Todos os estados apresentam macrorregiões em nível alto ou superior, sendo que 12 deles e o Distrito Federal têm macrorregiões em nível extremamente elevado. Isso evidencia a necessidade de manutenção de medidas de mitigação da transmissão”, afirma o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes.
Capitais
Os dados desta última edição mostram que apenas 5 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento das tendências de longo e curto prazo. São elas: Macapá, Porto Alegre, Rio Branco, Rio de Janeiro e Vitória. Em outras 15 capitais observa-se sinal de queda na tendência de longo prazo. Assim como é o caso de alguns estados, 5 capitais registraram sinal de estabilização nas tendências de longo e curto prazo, indicando interrupção da tendência de queda ou manutenção de platô: Plano Piloto de Brasília e arredores, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia e Manaus.
Das 27 capitais, 6 integram macrorregiões de saúde em nível alto (Belém, Boa Vista, Cuiabá, Palmas, São Luís e Vitória). Outras 12 estão em macrorregiões em nível muito alto (Aracaju, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Porto Velho, Recife, Rio Branco, Rio de Janeiro e Salvador) e 9 em nível extremamente alto (Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Macapá, Porto Alegre, São Paulo e Teresina).