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29/02/2008

Informação sobre uso e armazenamento corretos de medicamentos é insuficiente

Fernanda Marques


Intoxicações por medicamentos foram tema de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual de Londrina e publicado pela revista Cadernos de Saúde Pública da Fiocruz. Os autores entrevistaram 72 das 106 famílias que tiveram casos de intoxicação medicamentosa não intencional registrados em 2004 pelo Centro de Controle de Intoxicações de Maringá (PR). Os resultados do estudo mostram que a maioria dos acidentes ocorreu com meninos com até 4 anos de idade, pertencentes a famílias de baixo poder aquisitivo.


 Em metade das residências visitadas foram encontrados medicamentos armazenados sem identificação (Foto: A Tribuna de Cianorte) 

Em metade das residências visitadas foram encontrados medicamentos armazenados sem identificação (Foto: A Tribuna de Cianorte) 


Durante as visitas às famílias entrevistadas, os pesquisadores observaram que em 50% dos domicílios havia uma quantidade exagerada de medicamentos estocados. Também em metade das residências visitadas verificou-se a presença de medicamentos armazenados sem identificação. Quanto a produtos fora do prazo de validade, eles foram encontrados em 44,3% das casas, sendo este percentual maior para os domicílios das classes A e B (quase 70%).


Os medicamentos associados aos casos de intoxicação, em mais de 70% das vezes, haviam sido adquiridos com receita médica na farmácia. Contudo, menos de um quarto dos entrevistados afirmou ter recebido, no momento da compra, informações sobre o uso e o armazenamento corretos do medicamento. Ressalta-se que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o profissional que dispensa um medicamento deve orientar o paciente sobre o produto durante pelo menos três minutos.


“Acredita-se que a formação de profissionais de saúde capacitados a orientar a correta utilização e armazenamento de medicamentos possa reduzir consideravelmente os índices de intoxicações medicamentosas agudas na população em geral”, dizem os autores. “Sugere-se ainda a elaboração e distribuição de material educativo para prevenção de acidentes domésticos”. Esse material, segundo recomendação dos pesquisadores, deve ser distribuído nas escolas, nos serviços de saúde e, em especial, pelas equipes do Programa Saúde da Família (PSF). Afinal, medicamentos destacam-se entre os agentes tóxicos causadores de acidentes.


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